Luís Garriapa, editor de sociedade da SIC, analisa a condenação por nove crimes a Rui Pinto, explicando que a confissão e arrependimento do "hacker" ajudou na conclusão do processo.
“Estes crimes têm uma moldura penal muito diferente uns dos outros, a extorsão por exemplo pode ir até cinco anos, mas não me admiraria que fosse condenado a uma pena suspensa na sua execução tendo em conta o número de crimes”, comentou o editor de sociedade da SIC, momentos antes de se saber que Rui Pinto é condenado a quatro anos de prisão com pena suspensa.
Mas o “hacker” também conta com a ajuda da amnistia da vinda do Papa Francisco que, tendo 30 anos à data dos factos que lhe são imputados, “limpou” do seu registo 79 crimes.
“Rui Pinto seria condenado a cerca de 80 crimes, a acusação fica praticamente toda dada como provada e contou até a própria confissão de Rui Pinto que não negou, mostrou-se arrependido e confessou até que era uma outra altura da vida dele”, refere o jornalista Luís Garriapa.
Em tribunal, conforme o jornalista de sociedade, Rui Pinto declara-se como whistleblower, sendo que “que praticou estes crimes para denunciar outros crimes muito mais importantes”.
No enquadramento da pena, o editor de sociedade da SIC considera que o “arrependimento ajuda, como a colaboração que Rui Pinto tem tido com as autoridades”.
“Ele vive num mundo secreto, num programa de proteção de testemunhas, porque pode vir a ser envolvido noutros processos como testemunha pelas provas a que teve acesso que não poderão ser usadas pela justiça portuguesa e podem indicar um caminho para depois se ir à procura e recuperar a prova de forma legal”, explica Luís Garriapa.
O Tribunal condena Rui Pinto a quatro anos de prisão com pena suspensa e dá como provado acessos informáticos à Doyen, FPF, PGR e sociedade de advogados PLMJ. Por isso, o hacker é condenado por tentativa de extorsão e acesso indevido.
Rui Pinto é condenado por um crime de tentativa de extorsão, cinco de acesso ilegítimo e três de violação de correspondência.
A amnistia da vinda do Papa perdoa a Rui Pinto, que tinha menos de 30 anos à data dos factos que lhe são imputados, 68 crimes de acesso indevido e 11 crimes de violação de correspondência.