Rui Pinto pode vir a ser um dos beneficiados pelo perdão proposto pelo Governo pela vinda do Papa. A juíza do processo decidiu adiar o acórdão, até que o diploma esteja publicado.
Depois de dois anos e meio de julgamento, a leitura do acórdão estava marcada para esta quinta-feira, mas a dois dias da decisão, Rui Pinto ficou a saber que ainda vai ter que esperar.
A razão do adiamento pode ser motivo de festejo para o alegado pirata informático.
Pinto tem agora 34 anos, mas os crimes que lhe imputam terão sido praticados antes dos 30, condição primeira para ser abrangido pela amnistia do Governo,
por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.
É certo que dos 90 crimes de que foi pronunciado alguns, como a extorsão e outros relacionados com cibercriminalidade, estão excluídos do perdão de penas, mas a grande maioria, cerca de 80, podem ter essa benesse.
É o caso da violação de correspondência e o acesso indevido punidos com penas de prisão até um ano ou com pena de multa, exceto se forem agravados.
A juíza do processo football leaks diz que para decidir precisa de ver a lei que ainda terá que ser aprovada na especialidade antes de entrar em vigor.
Se o diploma for publicado até 28 de julho haverá acórdão no ultimo dia do mês, caso contrário, só a 14 de setembro já depois das férias judiciais.
Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.