Quatro anos depois da aprovação do estatuto de cuidador informal, apenas um terço dos cuidadores recebe o subsídio do Estado. O valor ronda, em média, os 300 euros por mês.
Os dados da Segurança Social mostram que há cerca de 16.000 pessoas abrangidas pelo regulamento, mas apenas 5.200 tiveram direito ao apoio financeiro correspondente.
A Associação Nacional dos Cuidadores Informais (ANCI) pede mudanças nas regras de atribuição dos subsídios.
“Não havendo um estudo rigoroso na sociedade portuguesa, haverá pelo menos 200.000 cuidadores informais a tempo inteiro, que não estão, neste momento, abrangidos pelo estatuto do cuidador informal”, diz a presidente, Liliana Gonçalves.
A ANCI alerta que há muitos cuidadores que deixam de ser elegíveis por não serem familiares das pessoas cuidadas e contesta que a atribuição do apoio tenham em conta o rendimento dos agregados familiares.
“Neste momento, as pessoas reformadas têm direito ao estatuto de cuidador informal, mas não tem direito ao subsídio. Isto também é um critério que terá que ser alterado. Nós temos que alterar o estatuto para conseguir chegar a estes cuidadores que estão tempo inteiro, fora os restantes que estão a trabalhar e que, além do seu trabalho, terão pelo menos mais seis horas de cuidados informais que prestam às pessoas cuidadas.”