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Durão Barroso ataca esquerda intolerante, que se considera "dona do regime"

Antigo primeiro-ministro manifestou-se surpreendido com o facto de o livro do Cavaco Silva ter sido criticado por comentadores e agentes políticos mesmo antes de ser divulgado.

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O antigo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, atacou esta sexta-feira a prevalência de uma esquerda sectária que se julga dona da democracia e deseja a morte cívica de Cavaco Silva, e defendeu um "reequilíbrio do espaço público".

"Há uma esquerda que se considera dona e proprietária do regime e nunca quer aceitar que haja personalidades do centro-direita que tenham sucesso nos planos nacional e internacional. De facto, é uma pena, porque se trata de um ressentimento", afirmou o presidente não-executivo do Banco Goldman Sachs International.

Esta posição foi transmitida pelo antigo líder do PSD entre 1998 e 2004 e antigo chefe do Governo português entre 2002 e 2004, na apresentação do livro de Cavaco Silva, intitulado “O Primeiro-Ministro e Arte de Governar”.

Durão Barroso, que foi primeiro secretário de Estado e depois ministro de governos de Cavaco Silva, manifestou-se surpreendido com o facto de o livro do Presidente da República entre 2006 e 2016 ter sido criticado por comentadores e agentes políticos mesmo antes de ser divulgado.

Cabendo-lhe a apresentação do livro, o ex-presidente da Comissão Europeia frisou que Cavaco Silva, na sua carreira política, conseguiu o feito ímpar de ter obtido quatro maiorias absolutas: duas enquanto primeiro-ministro e outras duas enquanto Presidente da República.

"Fiquei surpreendido e até algo indignado quando vi, ainda antes de o conteúdo do livro ser publicado, tantos comentadores e agentes políticos a criticarem este livro. O que se passa quando há tanta acrimónia em relação ao professor Cavaco Silva? O que se passa quando alguns comentadores e agentes políticos querem decretar a morte cívica do professor Cavaco Silva?", interrogou-se.

Durão Barroso defendeu que deveria ser reconhecido ao antigo Presidente da República, "como aconteceu a outros estadistas portugueses, a combatividade, a vontade de intervir e de tomar a palavra, partilhando a sua experiência".