O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) diz que a forte adesão à greve explica o descontentamento dos profissionais de saúde. Jorge Roque da Cunha garante que obrigar os médicos a trabalhar mais horas não é solução para manter as urgências abertas.
"A de ontem teve uma adesão muito expressiva. Estamos a falar de cerca de 85% nas cirurgias programadas, cerca de 85% também nos centros de saúde e cerca de 80% nas consultas externas dos hospitais. E é um sinal fortíssimo no sentido de o governo perceber que há um grande descontentamento nos médicos do Serviço Nacional de Saúde. Não há profissionais, não há capacidade de resolver e os médicos do Serviço Nacional de Saúde, no ano passado, efetivaram 5 milhões e 500 mil horas extraordinárias. Portanto, não é possível pedir aos médicos que façam 300/400 horas quando a bem da defesa dos seus utentes, aquilo que está expresso nos acordos são 150 horas", afirma o responsável do SIM.
A paralisação de 48 horas foi convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos.
Greve dos médicos em Lisboa e Vale do Tejo
Termina, esta quinta-feira, a greve dos médicos na região de Lisboa e Vale do Tejo. Os profissionais cumprem o segundo e último dia de greve.
Na quarta-feira, a paralisação teve uma adesão entre os 80 e 90%. Centenas de consultas, exames e cirurgias foram adiadas.
O sindicato espera agora abertura para o Governo negociar.
Os sinais de descontentamento têm sido constantes em relação às medidas do Governo para o SNS. Há profissionais contra a realização de mais de 150 horas suplementares por ano.
Além desta greve, a Federação Nacional dos Médicos tem agendadas paralisações para outubro e novembro.