O empresário Francisco Pessegueiro, no âmbito da Operação Vórtex, assumiu ter corrompido Miguel Reis e Pinto Moreira, enquanto presidentes da Câmara Municipal de Espinho.
Num depoimento revelado pelo Correio da Manhã, o empresário do ramo imobiliário recordou aos magistrados como é que em 2022 corrompeu Miguel Reis, na altura na presidência do município de Espinho.
"Pedi cinco mil euros à minha irmã e mandei-a colocá-los em envelopezinhos e depois fui eu que fiz o resto do trabalho. Agrafei à capa e tal. Não ia entregar um envelope no café ao presidente", revelou.
Pessegueiro contou ainda que três meses depois o valor pedido aumentou para os 50 mil euros, pagos em notas de 50. Disse que a entrega voltou a ser feita num café em Espinho mas desta vez foi necessário um embrulho maior.
De acordo com a acusação, em 2022, Miguel Reis, autarca do PS terá recebido 60 mil euros em subornos para favorecer projetos imobiliários do Grupo Pessegueiro.
Mas o alegado esquema de corrupção terá começado antes em 2020, ainda com Pinto Moreira como presidente da Câmara de Espinho, e que também terá sido corrompido com 50 mil euros.
A Operação Vórtex tem 13 arguidos e investiga alegados crimes de corrupção, prevaricação, abuso de poder e tráfico de influência. Miguel Reis aguarda julgamento em prisão domiciliária.