O primeiro-ministro, António Costa, foi confrontado esta segunda-feira pelos diversos problemas que o país atualmente atravessa numa longa entrevista concedida à TVI e CNN Portugal.
Para Bernardo Ferrão, da SIC, o governante não respondeu por completo às questões dos portugueses, e que as medidas que o executivo já tomou não são suficientes às necessidades dos cidadãos.
“António Costa não respondeu por completo às inquietações dos portugueses, que neste momento estão muito relacionadas com a questão da habitação, nos problemas com profissionais de saúde e na questão dos rendimentos. O primeiro-ministro não quis responder ou passou a resposta para as negociações com o parceiros sociais sobre a descida do IRS. Pelo que se vê em todos os protestos e manifestações, estas medidas do Governo não são suficientes para acomodar as necessidades dos portugueses nesta altura”, afirmou Bernardo Ferrão, na antena da SIC Notícias.
José Gomes Ferreira, da SIC, defende que Costa apareceu "liberto dos fantasmas" que o Governo tem vivido nos últimos meses, desencadeados pelas polémicas da TAP, no fim do último ano.
"Finalmente o primeiro-ministro apareceu num exercício de comunicação pública, bastante liberto daquilo que foi o embate de casos e casinhos, que condicionaram por completo durante os primeiros seis meses deste ano, como foi aquele dia fatídico de 24 de dezembro, que desencadeou as polémicas da TAP", atirou.
Questionado sobre se o líder do Governo não está a gerir bem o investimento nos setor da saúde, Bernardo Ferrão aponta que Costa não é fã de grandes reformas.
"O problema faz parte da personalidade política de António Costa. O primeiro-ministro não é alguém que goste de entrar em grandes reformas, prefere a gestão de área dos problemas. Podemos também discutir se esta maioria absoluta veio ou não em contra mão para Costa. Ele não estava à espera dela. Estamos a ver que com a maioria absoluta, o primeiro-ministro não está a conseguir resolver problemas, encontrando respostas para coisas que são muito graves", analisou.
Com a aproximação da data para a discussão do Orçamento de Estado, José Gomes Ferreira afirma que António Costa continua a fazer austeridade, ao baixar taxas de IRS nas famílias mas a compensar com os encargos fiscais aplicados às empresas, que não têm como aguentar tantos impostos.
“António Costa andou a baixar nominalmente taxas de IRS e vai continuar. Só que há um problema, é que ele esconde as quatro mil e trezentas taxas aplicadas às empresas deste país. Desgraçou milhares de empresas que não conseguem pagar tantas taxas. E nas famílias baixa as taxas do IRS mas quando vão às compras são enganadas. O primeiro-ministro que assuma que continua a fazer austeridade”, concluiu.