António Costa junta-se a outros socialistas europeus e pede a expulsão do ex-primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, da família socialista, caso este volte a aliar-se à extrema-direita para formar Governo. Fico responde que não aceita chantagem e continua a recusar o apoio militar à Ucrânia.
António Costa pode, em breve, ver o eslovaco Robert Fico regressar à mesa do Conselho Europeu. Mas, o que poderia ser uma boa notícias para os socialistas europeus, tornou-se uma dor de cabeça. É que para formar Governo e voltar a ser primeiro-ministro, Fico pode aliar-se à extrema-direita.
Várias figuras do partido socialista europeu têm ameaçado com a expulsão.
"Esse partido ou se mantém nesta família e não faz acordos com a extrema-direita ou faz acordos com a extrema direita e sai", disse António Costa.
Esta não é a primeira vez que Fico faz este tipo de alianças. Em 2006 também se aliou à extrema-direita e foi suspenso do partido socialista europeu. Apesar de não ter saído, a relação com a família europeia continuou a ser conturbada. Em 2015, houve de novo vozes a pedir a expulsão por rejeitar acolher refugiados.
A pressão volta agora a aumentar com o centro-direita e os verdes no Parlamento Europeu a pressionarem os socialistas.
Paulo Rangel acusa o PS de não se demarcar do político eslovaco, conhecido também pelas posições pró-Russia e anti LGBTQI.
"Não sabia que o Paulo Rangel tinha dito o que quer que seja", referiu o primeiro-ministro.
Costa não ouviu as criticas, mas decidiu esta semana escrever ao presidente do partido socialista europeu a defender mão pesada para Fico.
"Com a extrema-direita há uma linha vermelha e, portanto, não temos hesitações que outros partidos têm, se fazem acordos com o Chega ou não fazem acordos com o Chega. Isso é uma angústia que nós não temos", acrescentou Costa.
Robert Fico já reagiu aos avisos. Responde que não aceita chantagens e está disposto a virar costas à família socialista. Mantém o discurso e a promessa de parar o apoio militar à Ucrânia.