Pelo menos, um português que se encontrava em Israel já regressou a Portugal. Trata-se de André Salgado, 26 anos, que estava a dar a volta a mundo a pé.
A SIC conseguiu falar com André Salgado e com o pai, Luís Salgado, no aeroporto de Lisboa. Ambos contaram como viveram estes últimos dias, após a ofensiva do Hamas em Israel.
“Acordou de manhã com o barulho de morteiros bastante fortes”
Luís Salgado contou que quando soube da ofensiva do Hamas em Israel, “foi um momento de tensão” para a família.
"[O André] acordou de manhã com o barulho de morteiros bastante fortes e alguns a caírem muito perto dele, ao ponto dele estremecer com os morteiros que caíam", revelou.
À chegada ao aeroporto, depois de abraçar os familiares que o esperavam, André Salgado explicou que estava a acampar quando acordou com o "barulho de bombas e sirenes", sem saber o que estava realmente a acontecer. Revelou que foi aconselhado por amigos israelitas a procurar abrigo. E assim fez:
"Fui para uma casa com abrigo de bombas. O dia [sábado] foi tranquilo e só mais para as 19:00 tivemos de correr para abrigos, mas foi tranquilo".
Revelou que caíram bombas a cerca de 20 quilómetros da sua localização, a cerca de 60 quilómetros de Gaza. O português afirmou que as "infiltrações de terroristas" são um problema maior do que aos bombardeamentos.
"Não senti muito medo"
Reiterou que o seu processo de retirada do país "foi tranquilo", uma vez que conseguiu apanhar voo - "com relativa facilidade" - para o Dubai logo no domingo. Daí, partiu rumo a Portugal.
"Não senti muito medo", disse André Salgado, questionado sobre o que sentiu no momento em que os bombardeamentos começaram.
Sobre o trilho de 1.100 quilómetros que estava a fazer em Israel antes da ofensiva do Hamas, o jovem prometeu voltar assim que possível.
MNE tem 80 portugueses sinalizados
O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) continua sem registo de portugueses diretamente afetados pelos ataques do Hamas a Israel, e tem sinalizados 80 cidadãos nacionais no país. Cerca de 100 portugueses já contactaram também a emergência consular no país.
Em comunicado, a diplomacia portuguesa referiu que de momento "não há registo de portugueses diretamente afetados" pelos acontecimentos em curso no território israelita, mas “tendo em conta as cada vez mais escassas opções que os voos comerciais oferecem, face à exponencial procura por parte de cidadãos de todas as partes do mundo, o Governo tomou a decisão de enviar um avião da Força Aérea”.