As defesas dos arguidos do processo EDP vão analisar a imparcialidade de uma das juízas que julgam Ricardo Salgado e Manuel Pinho. Em causa, a notícia avançada, na quinta-feira, pela SIC, de que a magistrada já foi casada com um antigo administrador de duas sociedades do Grupo Espírito Santo.
Manuel Pinho regressa a tribunal horas depois de saber, pela SIC, que uma das juízas que o julgam no processo EDP já foi casada com um antigo administrador de duas sociedades do Grupo Espírito Santo.
O antigo administrador da Espírito Santo Informática e da seguradora Tranquilidade, António Miguel Rio Tinto, esteve casado, até 2014, com Margarida Ramos Natário, com quem teve três filhos.
A juíza faz parte do coletivo que há uma semana julga Ricardo Salgado, Manuel Pinho e a mulher do antigo ministro da Economia.
O processo está centrado num alegado pacto entre o ex-ministro e o antigo banqueiro e nos pagamentos no estrangeiro a partir do chamado saco azul do GruPo Espírito Santo.
No interrogatório a Pinho, a juíza chegou a questiona-lo sobre o tema.
O antigo governante assumiu as transferências, mas disse que era prática comum e que beneficiou dezenas de altos quadros do Grupo.
A juíza não pediu escusa, porque entende que não há qualquer impedimento, o que lhe permitiu, esta sexta-feira, ouvir José Maria Ricciardi, antigo presidente do BES Investimento, primo de Ricardo Salgado.
O depoimento de Ricciardi contraria o que já tinha sido dito em tribunal por Manuel Pinho: que não houve qualquer interferência de Salgado, e que o antigo banqueiro chegou a aconselha-lo a não tomar posse como ministro.