Manuel Pinho voltou a negar ao Ministério Público (MP) ter sido corrompido por Ricardo Salgado e garante que foi prejudicado pelo presidente do BES. O antigo ministro da Economia teve esta sexta-feira o apoio de família e amigos na chegada ao tribunal.
Desta vez Manuel Pinho chegou sem a mulher, que também é arguida no processo, mas foi recebido por um grupo de 17 pessoas.
"Fui surpreendido com a presença de amigos e familiares. Dão-me força e vontade de não desistir", disse Manuel Pinho na sala de audiência, onde pelo segundo dia recusa a teoria do Ministério Público de que atuou no Governo de Sócrates como um agente infiltrado do BES.
Para isso, defende que Ricardo Salgado o aconselhou a não aceitar o cargo.
"Não me lembro de o dr. Salgado ter qualquer interferência em assuntos de política. Nem por sombras encorajava quadros do banco a terem atividade política e no meu caso até me disse para não me meter na campanha do engenheiro Sócrates."
Saída do BES e as reuniões com Salgado
Manuel Pinho contraria a tese da acusação de que a saída do BES foi simulada ao dizer que, se assim fosse, teria regressado ao banco quando saiu do Governo.
Enquanto ministro, Manuel Pinho apenas reuniu três vezes com Ricardo Salgado, que acusa agora de o ter prejudicado, porque saiu com a promessa de aos 55 anos receber uma reforma do fundo de pensões, que nunca foi cumprida.
"Fui prejudicado. Não posso estar grato nem ao dr. Salgado nem ao BES por terem assumido um compromisso comigo. De receber 16 milhões passei para apenas 7 milhões. Foi uma perda colossal. Fez-me perder uma fortuna colossal."
Manuel Pinho está acusado de corrupção passiva para ato ilícito, branqueamento e fraude fiscal.