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Clarificação de Guterres sanou polémica mas houve uma frase "menos feliz", diz PSD

O vice-presidente social-democrata disse ter "a certeza absoluta" de que António Guterres "não queria, em caso nenhum, justificar o terrorismo".

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O vice-presidente do PSD Paulo Rangel defendeu esta quarta-feira que a clarificação feita pelo secretário-geral das Nações Unidas sobre as declarações que proferiu na terça-feira sobre o conflito Israel-Hamas sanou a polémica, mas considerou que houve de facto uma frase "menos feliz".

"A clarificação que fez o secretário-geral das Nações Unidas, o nosso compatriota António Guterres, é uma clarificação importante. De facto, criou-se uma controvérsia em toda a imprensa internacional, porque as declarações de ontem [terça-feira], enfim, pelo menos não foram felizes, especialmente uma frase", sustentou Paulo Rangel, em declarações aos jornalistas no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

O vice-presidente social-democrata disse ter "a certeza absoluta" de que António Guterres "não queria, em caso nenhum, justificar o terrorismo".

"Mas é verdade que há uma frase menos feliz, que implicava uma clarificação. Um secretário-geral das Nações Unidas, para desempenhar bem a sua função, tem, muitas vezes, de manter essa neutralidade", completou.

Paulo Rangel disse esperar que António Guterres "mantenha a capacidade de diálogo com os envolvidos - e em particular com os responsáveis da Palestina, por um lado, e os governantes de Israel, pelo outro -, e que esse capital seja recuperado depois da clarificação" feita pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Em causa estão declarações de António Guterres feitas na terça-feira, na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, em inglês, em que considerou ser "importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo", acrescentando que o "povo palestiniano tem sido submetido a 56 anos de ocupação sufocante".