A greve dos trabalhadores da função pública está a causar perturbações em todo o país. A Frente Comum diz que é uma das maiores paralisações dos últimos anos. São vários os setores paralisados ou a funcionar a meio gás.
O setor da saúde é dos mais afetados. A greve nacional convocada pela Frente Comum deixou muitos utentes em vários hospitais de Lisboa e do Sul sem consultas externas cirurgias programadas ou exames que estavam marcados há vários meses.
Os sindicatos dizem que também os médicos estão cansados de esperar por uma melhoria nos salários, e que nada tem sido feito.
A sul, a paralisação na saúde, segundo os sindicatos está a ter uma adesão de 80%. No hospital de Faro, alguns serviços como o internamento tiveram uma adesão de 100% e as análises clínicas só foram realizadas a doentes oncológicos.
Adesão “rondou os 90%” nos hospitais de Coimbra e Porto
Nos hospitais de Coimbra e do Porto, a greve também está a ter uma forte adesão e no turno da noite rondou os 90% . Muitas consultas foram adiadas, mas as urgências e os serviços de oncologia estão a funcionar.
“Praticamente não há escolas abertas”
Segundo a Federação Nacional dos Professores (FENPROF), praticamente todas as escolas públicas do país estão fechadas por causa da greve, o que provocou desde de manhã uma forte agitação à porta de vários estabelecimentos de ensino.
A secundária do Pinhal Novo não abriu e perto de 2 mil alunos voltaram para casa. À porta ficou um grupo de professores, de cartazes na mão, que aproveitaram a greve para se manifestar.
Garantindo que a intenção de protesto ganhou ainda mais força depois de conhecerem o Orçamento do Estado, os professores que se faziam ouvir metem as expetativas na reunião entre o Governo e os sindicatos marcada para segunda-feira.
As queixas são transversais. No Algarve, estima-se que perto de 100 escolas, ou seja 90% não chegaram a abrir, e as que abriram porque até havia funcionários tiveram constrangimentos pela falta de professores.
"Praticamente não há escolas abertas. Hoje é um dia sem aulas e a adesão dos trabalhadores andará na ordem dos 90%", garantiu Mário Nogueira secretário geral da FENPROF que aconselhou ainda o Ministro da Educação a estar atento ao que aconteceu esta sexta-feira nas escolas do país.
Constrangimentos nas lojas de cidadão de Lisboa
A greve da função pública provocou também alguns constrangimentos nas lojas do cidadão, em Lisboa.
Muitas das pessoas que passaram a noite numa fila à espera foram surpreendidas pela paralisação. Contudo, na loja do cidadão das Laranjeiras valeu a pena o tempo de espera, uma vez que apesar dos constrangimentos, a partir das 8:30 da manhã os serviços estavam a funcionar como habitualmente.
Na loja do Saldanha os avisos de greve da função pública já faziam prever uma manhã mais difícil, e assim foi. As portas abriram com a informação de que o balcão das finanças estava encerrado e que nos outros as senhas eram reduzidas.