Manuel Fernando Espírito Santo, primo de Ricardo Salgado, admite que a Herdade da Comporta beneficiou muito de ter tido um projeto de Potencial Interesse Nacional, decidido por Manuel Pinho, enquanto ministro da economia. No julgamento do processo EDP, Manuel Pinho recordou que ainda hoje os PIN são usados pelo atual governo.
Há muito que o Ministério Público suspeita que Manuel Pinho favoreceu o GES na obtenção do selo PIN para a Herdade da Comporta e do Pinheirinho.
Com o selo de projeto de Potencial Interesse Nacional, a empresa Rio Forte, empresa do Grupo Espírito Santo que detinha os investimentos na Comporta, conseguia melhores condições de financiamento além de os libertar de alguma burocracia.
Escutado esta segunda-feira no julgamento do caso EDP, Manuel Fernando Espírito Santo, primo de Ricardo Salgado e antigo presidente das holdings financeiras do grupo, admitiu que a herdade beneficiou muito com a decisão do então ministro da Economia e até o país porque facilitou a entrada de novo investimento.
Manuel Fernando Espírito Santo disse em tribunal que não se lembra como foi feita a candidatura, mas ao sublinhar a vantagens dos PIN e não comprometer Manuel Pinho com a decisão parece ter agradado às partes em defesa.
O processo EDP junta Ricardo Salgado e Manuel Pinho em julgamento
O Ministério Público acusa o ex-ministro de, enquanto titular da pasta da Economia, tomar decisões sem serem orientadas pelo interesse público, mas sim pelos interesses do Banco Espírito Santo.