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Ministro alerta para "radicalização" no discurso antissemita e islamofóbico

O ministro da Administração Interna admite que guerra no Médio Oriente está a provocar uma polarização do discurso, que pode conduzir ao sentimento antissemita e islamofóbico um pouco por todo mundo. E Portugal não é exceção.

Ministro alerta para "radicalização" no discurso antissemita e islamofóbico
TIAGO PETINGA

O ministro da Administração Interna (MAI) alerta para a possibilidade de existirem movimentos infiltrados nas manifestações de apoio tanto a Israel como à Palestina. Em entrevista à RTP, José Luís Carneiro reconhece que a guerra no Médio Oriente está a provocar uma polarização do discurso.

“O que se está agora a viver no Médio Oriente está também a ter efeitos nessa polarização e nesse radicalismo discursivo indutor e fomentador dessa agressividade”, afirmou o ministro.

Por isso, prosseguiu, “é necessário, quando olhamos para as manifestações, termos a consciência coletiva que por vezes por detrás de boas intenções estão outros interesses que se cruzam, que se infiltram e que ameaçam mesmo a segurança e a vida das pessoas".

Neste sentido, recordou, houve em Portugal um reforço de segurança a pessoas, lugares e instituições considerados de maior risco.

Nível de ameaça terrorista sobe para “significativo”

Recorde-se que, no passado dia 20 de outubro, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI) decidiu subir o nível de ameaça terrorista em Portugal de “moderado” para “significativo” A medida tem cariz “preventivo e de cautela”.

A alteração surgiu na sequência do conflito no Médio Oriente, entre Israel e o Hamas. As autoridades dizem que estão a acompanhar os acontecimentos, que também repercutiram na Europa, como na Bélgica e em França.

A decisão foi também avaliada pelo Serviço de Informações de Segurança (SIS), enquanto entidade responsável pela avaliação de ameaça, que considerou existirem condições que justificam “a alteração do grau de ameaça terrorista em Portugal de Moderado para Significativo”.

O ataque terrorista do Hamas, no dia 7 de outubro, reacendeu e provocou uma escalada do histórico conflito no Médio Oriente. Mas acrescentou também maior complexidade à ameaça terrorista na Europa.