A juíza de instrução do chamado processo Vórtex pediu para ser afastada do caso. A magistrada assume que conhece bem um dos principais arguidos.
Empresário ligado ao imobiliário e também ao negócio familiar dos talhos, Francisco Pessegueiro, já terá assumido ao Ministério Público como corrompeu dois antigos presidentes da Câmara de Espinho. Primeiro o social democrata Pinto Moreira e depois, o socialista Miguel Reis.
As defesas dos dois antigos autarcas já se queixaram daquilo que consideram ser uma espécie de delação premiada.
Francisco Pessegueiro saiu em liberdade, após ter estado em prisão preventiva e depois em casa com pulseira eletrónica.
O processo, que entra agora na fase de instrução foi parar à juíza Isabel Pereira Ramos, que já reconheceu que existem dois factos que podem ser motivo para ser retirada do caso:
Um deles, tem precisamente a ver com Pessegueiro: "...cumpre-me dizer que o conheço e que já estive com ele em eventos sociais, com as suas irmãs e cunhados e outros amigos comuns."
No pedido de escusa apresentado ao Tribunal da Relação do Porto, a juíza junta ainda um outro argumento.
No âmbito da chamada Operação Babel, que também investiga crimes de corrupção em licenciamentos urbanísticos, foi ela que interrogou e depois colocou em prisão preventiva Paulo Malafaia, um promotor imobiliário, que é também arguido neste processo Vórtex, e em relação ao qual a magistrada teria agora que decidir se segue ou não para julgamento.
Os desembargadores têm um mês para dizer se a juíza tem ou não condições para desempenhar a tarefa.