O Presidente da República recebeu o primeiro-ministro no Palácio de Belém, a pedido de António Costa, após a realização de várias buscas, incluindo na residência oficial do primeiro-ministro, que envolvem o chefe do gabinete de António Costa, o ex-ministro João Matos Fernandes, o ministro do Ambiente e das Infraestruturas. Em causa está um processo que investiga os negócios do hidrogénio e do lítio. Perante este cenário, o líder do CDS-PP afirma: "o primeiro-ministro devia pedir a demissão e caso o primeiro-ministro não peça a demissão, deve ser o Presidente da República a decidir pela dissolução".
Em entrevista na SIC Notícias, Nuno Melo começa por sublinhar “pela primeira vez na história da nossa democracia à residência oficial do primeiro-ministro em funções e alvo de buscas”.
“Quando as buscas acontecem em São Bento e acontecem simultaneamente no Ministério do Ambiente e das Infraestruturas, obviamente que é todo o Governo que é visado, começando pelo primeiro-ministro. Quando o chefe de gabinete do primeiro-ministro é detido, não há como argumentar com distanciamento ou com desconhecimento, quando o é o próprio conselheiro em diversas áreas”, realça.
Para o líder do CDS-PP, “quando o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, está a ser investigado e as buscas acontecem numa investigação criminal que já envolve o ministro João Galamba e o ex-ministro Matos Fernandes, obviamente que é o Governo, é o primeiro-ministro que estão envolvidos neste Governo”.
Perante este cenário, “o primeiro-ministro devia pedir a demissão e caso o Primeiro-Ministro não peça a demissão, deve ser o Presidente da República a decidir pela dissolução do Parlamento, porque realmente isto começa a ser insustentável no plano ético e no plano político. Por muitíssimo menos caem governos na Europa civilizada, nas democracias liberais, no mundo inteiro, em Portugal nada acontece e é inaceitável porque este clima permanente de suspeição, de envolvimento de governantes em casos de investigações criminais, mina a credibilidade e os pilares do Estado de direito”, conclui Nuno Melo.