O Presidente da República fala esta quinta-feira ao país depois da demissão de António Costa, sendo o mais provável que anuncie a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições antecipadas. Neste cenário, Sebastião Bugalho considera que os Governos que daqui poderão sair serão “apoiados por forças, tanto à direita quanto à esquerda, pouco amigas de um cenário de crise”.
“A partir de agora o tempo será conturbado para a esquerda, direita, Governo, oposição, Presidência e portugueses. Isto antes de ficar melhor ainda vai ficar um bocadinho pior. A minha previsão não é otimista nesse sentido”, sublinha.
Sobre as possíveis soluções de Governo, diz que o PSD está a beneficiar com a crise política e a “receber centenas de votos de pessoas que não confiam no PS”.
Questionado em relação a Pedro Nuno Santos, defende que a sua eventual escolha para secretário-geral do PS e possível eleição como primeiro-ministro seriam uma “antecipação muito prematura” da sua vida política. Acrescenta, ainda assim, que é o favorito internamente no partido.
Assim sendo, que futuro enfrentará um possível Governo encabeçado por Pedro Nuno Santos?
“É possível que venha a ser primeiro-ministro e que reproduza uma geringonça. Mas que estabilidade é que esses partidos [de esquerda] poderão dar a um Governo minoritário? Não sei como é que Pedro Nuno Santos vai governar assim”, sublinha.
À direita, a solução “também parece difícil”. É que apesar de André Ventura ter tentado mostrar uma aparência de moderação, diz Sebastião Bugalho que o Chega não será um “parceiro fiável de governação” num Executivo minoritário de Luís Montenegro.
Que futuro para António Costa?
O comentador SIC aponta ainda que há um antes e depois da apreensão de dinheiro vivo na residência oficial do primeiro-ministro. Sebastião Bugalho afirma que, apesar do “rude golpe” que António Costa sofreu na sua situação política, “não tinha saído totalmente mal”.
“Depois do dinheiro encontrado, o futuro de António Costa na política europeia já era mau, na política nacional está em terreno movediço. Isso também passa para o PS, à medida que os pormenores da investigação vão chegando, tanto a situação do primeiro-ministro como do seu partido torna-se mais difícil”, conclui.