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"O PS vai em cacos para estas eleições" e precisa de Marcelo

O comentador da SIC, Paulo Baldaia, analisa o futuro do Partido Socialista, o calendário das eleições antecipadas e a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa.

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Paulo Baldaia, comentador da SIC, considera que o Partido Socialista foi “obrigado” a dar a opção de continuação de legislatura, mas que terá muito trabalho pela frente para se apresentar nas eleições antecipadas com um líder e com a poeira assentada.

A sucessão de António Costa está cada vez mais difícil, com o passar dos dias estão mais dirigentes do Partido Socialista envolvidos o que mancha o partido e que confirma que o primeiro-ministro não tinha condições para continuar a governar, mesmo que o processo judicial que o visará não termine numa condenação.

“Não é fácil [substituir Costa], o primeiro-ministro que alegou com o último parágrafo do comunicado da PGR para se demitir, não tinha condições e a cada dia que passa menos condições tinha. Mesmo que, do ponto de vista judicial, se confirme que o primeiro-ministro não teve envolvimento direto com nada, não tinha condições politicas para permanecer no Governo”, esclarece Paulo Baldaia.

Na opinião do comentador da SIC, “o PS vai em cacos para estas eleições” e, por isso, precisa de tempo para se organizar. Do ponto de vista de Baldaia, se o Presidente da República dá ao PS o tempo que precisa, “sendo certo que a democracia exige que se de tempo para escolher novo líder”, coloca-se a questão se o líder será escolhido numas primárias com os eleitores ou se apenas os militantes do partido serão convocados a decidir.

A respeito da posição do PS, após instalada a crise política, que pediu ao Presidente da República para levar a legislatura até ao fim, Paulo Baldaia considera que era a única via para o partido.

“O PS estava obrigado a dizer isso, porque não pode ir a eleições dizer que destruiu uma maioria e que já não tinha pernas para andar, agora não acho genuíno que essa seria a melhor opção, nem é consensual um nome para se apresentar ao Presidente da República, o que significa que o PS sentiu-se na obrigação de defender essa hipótese, porque do ponto de vista teórico ela existe”, conclui o comentador.

O Presidente da República reúne-se esta quinta-feira, às 15:00, com os conselheiros de Estado para fornecerem o seu parecer sobre a decisão a tomar para resolver a crise política. Depois, Marcelo Rebelo de Sousa anunciará ao país o veredicto final.