O dirigente socialista José Luís Carneiro anunciou esta quinta-feira a candidatura à liderança do PS para garantir segurança, estabilidade e investimento ao país, e prometeu que levará diálogo ao seu partido e à atividade política. O ministro da Administração Interna comunicou fez o anúncio na Comissão Política Nacional do PS. Pedro Nuno Santos deverá também entrar na corrida a líder do partido, as eleições diretas deverão ser marcadas para os dias 16 e 17 de dezembro. Miguel Santos Carrapatoso, editor adjunto de Política do Observador, diz que José Luís Carneiro "não é o homem que o partido prefere" e que Pedro Nuno Santos estará “mais bem posicionado” e que o “momento de formalização da sua candidatura acontecerá na segunda-feira”.
Miguel Santos Carrapatoso começa por referir que o Presidente da República fundamentou bem a opção de dissolver a Assembleia da República, bem como o calendário eleitoral.
“Acho que Marcelo Rebelo de Sousa foi coerente com aquilo que tinha dito desde a tomada de posse de António Costa, portanto esta maioria absoluta dependia do primeiro-ministro e dependia de António Costa, sem ele não existia a maioria absoluta e depois acho que foi prudente em dar tempo ao Partido Socialista para se reorganizar”, considera o editor adjunto de Política do Observador.
“A democracia tem regras e as eleições têm que ter toda a gente num plano de igualdade. Não era sensato deixar um partido, como o Partido Socialista, ir a votos sem ter a sua casa devidamente arrumada”, sustenta, na análise política apresentada esta manhã na SIC Notícias.
Sobre os eventuais vencedores desta crise política, Miguel Santos Carrapatoso aponta para o Chega e para André Ventura.
“Estamos perante uma crise política que foi desencadeada por suspeitas de corrupção, sabemos todos que esse clima é pasto para um partido como o Chega e um partido liderado por André Ventura, que fará tudo para explorar essa questão até ao limite”, sublinha.
Em relação às candidatura à liderança do PS, a já anunciada de José Luís Carneiro e a que deverá estar para breve de Pedro Nuno Santos, o editor adjunto de Política do Observador considera que as preferências vão para o segundo, “que não tem pressa porque sabe que tem o partido do seu lado”.
"Percebemos e temos dados bem palpáveis que não é o homem porventura que o partido prefere", diz Miguel Santos Carrapatoso em relação a José Luís Carneiro.
"Pedro Nuno Santos é alguém que está há muito tempo a preparar este momento que fez um trabalho muito sério de preparação das bases e de preparação do aparelho socialista.
José Luís Carneiro aparece aqui noutro plano, alguém que vem tentar representar a ala mais moderada do partido, que vem em linha com uma ala mais centrista do Partido Socialista. Pedro Nuno Santos sabemos pelas posições que foi assumido ao longo da sua experiência política e do seu percurso político é alguém muito mais conotado com a ala à esquerda do Partido Socialista", explica.
Quado ao momento do anúncio do segundo candidato, “Pedro Nuno Santos poderá dar um sinal ainda hoje, mas o momento de formalização da da candidatura acontecerá na segunda-feira. Momento formal com direito a pompa e circunstância porque Pedro Nuno Santos sabe que, assim que formalizar a candidatura, será naturalmente o candidato mais bem posicionado na área do Partido Socialista para ser candidato a primeiro-ministro”.