O antigo chefe de gabinete de António Costa disse várias vezes que a relação de amizade com o primeiro-ministro lhe tinha trazido mais problemas do que regalias. Diogo Lacerda Machado era o melhor amigo de António Costa até o primeiro-ministro ter posto um ponto final na relação no fim-de-semana passado.
A relação entre o chefe do Governo e o seu braço direito começou no início da década de 80, quando na faculdade começaram uma amizade e Diogo Lacerda Machado foi mesmo escolhido por António Costa para ser o seu padrinho de casamento.
Foi o afilhado que o recomendou para assessor de Manuel Magalhães e Silva, que em 1988 foi nomeado para as funções de Secretário-adjunto para a Administração e Justiça de Macau.
Diogo Lacerda Machado nunca quis ser ministro, mas no governo de António Guterres aceitou ser secretário de Estado do seu melhor amigo.
Com António Costa na liderança do governo, Lacerda Machado geriu a pasta dos lesados do BES e o diferendo entre Isabel dos Santos e o CaixaBank, mas o que gerou mais polémica foi o tema da renacionalização da TAP que deu ao Estado o controlo de 51% da companhia aérea.
A oposição criticou a informalidade com que Lacerda Machado estava no processo e António Costa foi obrigado a fazer-lhe um contrato com um vencimento mensal de 2000 euros.
A identidade que Lacerda Machado acreditava ter perdido por ter sido identificado como melhor amigo de António Costa pode agora ser recuperada.