As escutas do Ministério Público levam a suspeitas de pressão exercida pelos donos da Start Campus a membros do governo e a entidades pública. Praticamente todos os contactos entre a empresa e o Governo terão sido feitos através do braço direito de António Costa, Diogo Lacerda Machado.
O advogado e melhor amigo do primeiro-ministro terá agido como facilitador, com ligação privilegiada, a membros do executivo com poder de decisão em matérias de interesse para a empresa.
O primeiro-ministro é referido mais de 50 vezes nas escutas do Ministério Público.
No despacho de indiciação a que a SIC teve acesso consta uma conversa entre os dois administradores da empresa, sobre algo para o qual a Start Campus precisaria da REN - Redes Energéticas Nacionais para o projeto de Sines.
O CEO da Start Campus, Afonso Salema, terá questionado se o presidente do conselho de administração da REN precisava de uma chamada do primeiro-ministro a dizer que era para avançar.
A investigação refere também entidades públicas que terão sido pressionadas a tomar decisões favoráveis à Start Campus, sobretudo na fase inicial do projeto por causa do local escolhido para a instalação do centro de dados.
Estava classificado como Zona Especial de Conservação, o que dificultava a autorização para obra.
Após análise de outras escutas, o Ministério Público não tem dúvidas que foi por influência de João Galamba, a pedido dos dois administradores da empresa, que o processo foi desbloqueado.