Cristina Mota, professora e membro do movimento Missão Escola Pública, diz que os professores têm uma esperança renovada no novo Governo, tendo em conta o que os partidos, tanto à esquerda, como à direita, já confessaram fazer pela escola pública.
Para muitos, a crise política vem agitar águas que já estavam tremidas, mas, para os professores, segundo Cristina Mota, esta crise traz uma oportunidade para os professores conseguirem ver as suas necessidades correspondidas.
“Nós professores entendemos que esta crise vem dar uma nova oportunidade para as reivindicações que temos vindo há tanto tempo a colocar em cima da mesa, sem termos negociações sérias, sem termos um Governo que nos ouvisse e recorrendo à greve para chamar a atenção. Neste momento, temos a possibilidade de vermos um outro Governo com uma abertura diferente que não tenha com ele um ministro que tem mostrado um ódio de estimação aos professores”, explica a professora.
Para a docente, esta será uma oportunidade dos professores terem “uma política que defenda a escola pública” e encontram-se expectantes pelos programas eleitorais dos partidos que, tanto à esquerda, como à direita, já defenderam a recuperação do tempo de serviço.
Mas a "recuperação não é apenas o que vimos a reivindicar".
No entanto, as eleições são apenas a 10 de março e isso poderá atrasar a resolução dos problemas pelo no Governo.
"É preocupante não vermos este ano letivo os problemas resolvidos, mas já estávamos, a situação atual não é muito diferente daquele com que iniciamos o ano", esclareceu Cristina Mota.
Por último, a docente aconselha o próximo Executivo a “ouvir os professores”.
"Convidamos os partidos a chamarem os professores no terreno para integrarem nos programas eleitorais", concluiu.
Novas paragens
Professores e trabalhadores não docentes iniciam esta segunda-feira uma greve, convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.), e que vai prolongar-se até dia 29, contra a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).
O sindicato avaliou a possibilidade de suspender a greve, depois de o Presidente da República ter anunciado na quinta-feira a dissolução da Assembleia da República e realização de eleições antecipadas, mas decidiu manter o protesto ainda assim.
O S.TO.P. critica a proposta de OE2024 para o setor da educação, considerando que "não investe, efetivamente, na escola pública, nem na dignificação de todos os que lá trabalham e estudam".