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Sindicato acusa Ministério da Saúde de usar enfermeiros para fazer campanha eleitoral

O dirigente sindical recordou que a última reunião de negociações com o ministério ocorreu no início de setembro, "quando foi apresentado, sem qualquer tipo de negociação, o novo modelo de organização das Unidades de Saúde Familiar".

Sindicato acusa Ministério da Saúde de usar enfermeiros para fazer campanha eleitoral
GETTY IMAGES

O Sindicato dos Enfermeiros (SE) criticou esta quarta-feira o Ministério da Saúde (MS) por estar a usar os enfermeiros para fazer campanha eleitoral, observando que "não está a negociar nada com ninguém" ao fazer "reuniões estéreis".

"Depois de meses sem responder aos apelos do Sindicato dos Enfermeiros, somos confrontados com uma notícia de uma suposta reunião, onde são anunciadas medidas irrealistas e que, na prática, apenas servem para colocar enfermeiros contra enfermeiros", adiantou o presidente do SE, Pedro Costa, citado num comunicado.

Os comentários do SE surgem depois de o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) se ter reunido na terça-feira com a tutela e determinado uma concentração junto ao Ministério da Saúde, em 21 de novembro, às 11:00.

"Quando, às escondidas, procura fazer reuniões estéreis com uma qualquer estrutura sindical, o Ministério da Saúde não está a negociar nada com ninguém", sublinhou Pedro Costa.

O dirigente sindical recordou que a última reunião de negociações com o ministério ocorreu no início de setembro, "quando foi apresentado, sem qualquer tipo de negociação, o novo modelo de organização das Unidades de Saúde Familiar".

Desde setembro, recordou, não houve qualquer resposta aos ofícios do SE a solicitar a retoma das negociações com a intenção de resolver a contagem de pontos em sede de avaliação do desempenho dos trabalhadores enfermeiros, à data da transição para as carreiras de enfermagem e especial de enfermagem.

Para Pedro Costa, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e a sua equipa "estão apenas a vender ilusões, com promessas de medidas que sabe que não poderá aplicar até às eleições, talvez já a querer fazer campanha eleitoral, mas, sobretudo, a procurar dividir os enfermeiros, colocando-os uns contra os outros para, no fim, recolher os louros de medidas vazias de conteúdo".