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Operação Influencer: PAN defende que Santos Silva devia ter ouvido partidos antes de se pronunciar

Inês de Sousa Real defendeu que Santos Silva "deveria ter convocado e auscultado a conferência de líderes", considerando que não faz sentido que esse órgão parlamentar seja ouvido "para tantos assuntos" e não para uma "matéria tão sensível".

Operação Influencer: PAN defende que Santos Silva devia ter ouvido partidos antes de se pronunciar
ANTÓNIO COTRIM/LUSA

A porta-voz do PAN defendeu esta quinta-feira que o Presidente do Parlamento deveria ter auscultado os partidos antes de pedir celeridade à Justiça no processo envolvendo o primeiro-ministro, acusando Santos Silva de ter demonstrado "subserviência ao Governo".

Inês de Sousa Real reagia no parlamento à entrevista dada por Augusto Santos Silva à RTP3 na noite de quarta-feira, na qual considerou que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) deve esclarecer depressa, antes das eleições de 10 de março, a situação penal do primeiro-ministro, António Costa, frisando que o caso abriu uma crise política.

A porta-voz do PAN defendeu que, antes de ter feito estas declarações, Santos Silva "deveria ter convocado e auscultado a conferência de líderes", considerando que não faz sentido que esse órgão parlamentar seja ouvido "para tantos assuntos" e não para uma "matéria tão sensível".

"Isso teria sido fundamental porque não nos podemos esquecer do papel de escrutínio que o parlamento tem e de fiscalização perante o Governo. Enquanto órgão de soberania, é fundamental assegurar a independência da Assembleia face ao Governo", defendeu.

Inês de Sousa Real disse que Santos Silva deu um exemplo de "subserviência ao Governo", que considerou "incompreensível", e acrescentou que o "tempo da Justiça é o tempo da Justiça".

"Já tivemos a oportunidade de dizer que é importante que se esclareça e informe os portugueses o quanto antes relativamente a este processo, e que os megaprocessos devem ocorrer com celeridade no nosso país (...), mas a Assembleia da República deve garantir sempre a sua independência", defendeu.

A porta-voz do PAN considerou que, neste caso, essa independência "acabou por ser atropelada ao passar-se por cima da conferência de líderes" e observou que a opinião de que a Justiça deve ser célere neste caso tem sido partilhada pelos partidos.