Bruno Gonçalves Bernardes, investigador no Observatório Político, analisa a disputa interna pela liderança do Partido Socialista, que já gerou troca de palavra mais acesas - um debate que considera "estéril", quando PS tem oportunidade de transmitir novas mensagens ao país.
Pedro Nuno Santos acusa José Luís Carneiro de não combater a direita. Mas, José Luís Carneiro não aceita lições do seu, agora, opositor pelo cargo de secretário-geral do Partido Socialista.
Para o investigador Bruno Gonçalves Bernardes o PS tem, neste momento, uma grande atenção mediática que poderá utilizar a seu favor.
"O que vai definir e o que importa para os candidatos é falar para os militantes, mas também já para os portugueses, o PS, mesmo depois desta crise política com o atual Governo, o PS tem tido uma maior cobertura comunicacional e ambos os candidatos deviam aproveitar para falar das suas políticas", esclarece.
De acordo com Gonçalves Bernardes, Pedro Nuno Santos, nem o PS, nem os portugueses “ganham com este tipo de debate” e considera que os candidatos estão a “perder uma oportunidade”.
Os apoios já foram “lançados” e, tendo em conta que ambos os candidatos já foram ministros nos governos de António Costa, cada um quer ficar com a fatia positiva dos resultados destes últimos oito anos
"É uma eleição interna e ambos tentam discutir quem é o herdeiro das contas certas, do que tem sido descrito sobre Pedro Nuno Santos parece me que quererá assegurar aos militantes e portugueses que ele também é herdeiro que foi secretário de Estado e ministro de governos de Costa, mas é uma discussão estéril, relativamente ao que é necessário discutir", conclui.
Para as eleições legislativas antecipadas, a 10 de março, Bruno Gonçalves Bernardes considera que o "Partido Socialista tem um trunfo na mão que é o Orçamento aprovado".