Na semana em que Pedro Nuno Santos apresenta a candidatura à liderança do Partido Socialista fica clara a estratégia de campanha para ganhar o partido e depois ganhar o país: moderação. O jovem turco que já se esteve a “marimbar para os nossos credores” é agora apresentado como um “social-democrata” pelo seu diretor de campanha, Francisco César.
Em entrevista ao Facto Político, o também deputado socialista garante que o candidato não é nenhum radical e tenta passar um pano sobre os tempos em que Pedro Nuno Santos quis pôr as pernas dos banqueiros alemães a tremer: “Todos nós tivemos a nossa história em determinados momentos e até houve presidentes do PSD que chegaram a Primeiros-ministros depois de terem sido radicais de esquerda quando eram jovens”.
Numa corrida eleitoral que parece um passeio no parque, Francisco César garante que até ao dia das eleições nunca nada está decidido, mas também se mostra satisfeito com o “apoio enorme das estruturas e dos militantes do PS”. E é precisamente quando fala de apoios que aproveita para dar um toque à candidatura adversária de José Luís Carneiro que tem conseguido atrair muitos notáveis do partido: “É preciso lembrar que no PS, independentemente da posição, cada militante vale apenas um voto”.
No curto espaço de comentário que teve na SIC Notícias, Pedro Nuno Santos revelou não concordar totalmente com a estratégia orçamental seguida pelo governo de António Costa e até sugeriu que o excedente orçamente fosse parcialmente utilizado para reforçar os serviços públicos. É essa a ideia deixada também por Francisco César no Facto Político, mas com um nota: “Devemos continuar esta política de contas certas, mas a realocação do excedente orçamental deve ser discutida na campanha”.