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Médicos vs. Governo: "A possibilidade de acordo haverá sempre"

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos antevê as duas reuniões previstas para esta semana entre os profissionais de saúde e o Governo. As exigências permanecem as mesmas.

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Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, revê o que poderá ser discutido nas duas reuniões que os médicos têm previstas esta semana com o Ministério da Saúde e espera que antes da crise política haja algum consenso.

Há uma marcada para quinta-feira, mas esta terça-feira está prevista uma reunião técnica com o secretário de Estado da Saúde, cujo tema principal se focará, segundo Jorge Roque da Cunha numa transição de organização.

"Hoje a reunião terá a ver com uma necessidade dentro da circunstância de deixar de haver quotas da transição das unidades familiares tipo A para B, que são mais interessantes e temos melhor organização. Mas necessita de indicadores de produtividade para fazer esta transição, sendo que será discutida uma proposta de portaria e, ao mesmo tempo, nos será apresentada um centro de responsabilidade integrada que o o Governo diz ser uma organização semelhante do que já deu provas positivas nos cuidados de saúde primários", explica o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos.

Depois, na quinta-feira, o sindicato dos médicos já conta com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, mas já com alguma fragilidade tendo em conta o contexto político que se vive.

"Na quinta-feira, já com a presença do senhor ministro, a reunião pode ser decisiva já que ao longo destes oito anos de governação socialista e de 18 meses de negociação negocial, não foi possível chegar a um acordo. Com a crise política, com eleições em março, provavelmente no segundo semestre do próximo ano é possível continuar negociações com o sindicato dos médicos", acrescenta Jorge Roque da Cunha.

Apesar dos esforços durante ano e meio, os médicos acreditam que "a possibilidade de acordo haverá sempre".

“O nosso ponto de vista é que o Governo, apesar dos impostos que cobra aos portugueses, apesar da crise visível dó SNS, manteve-se na proposta de 5,1% de aumento salarial, com a inflação de cerca de 20% esse valor não é aceitável por parte dos médicos, e não é capricho”, conclui o secretário-geral.