O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) propõe, numa carta enviada ao ministro da Saúde, "um acordo intercalar", com 15% de aumento salarial para todos os médicos em 2024, valor intermédio entre o proposto pelo Governo e o reivindicado. Contudo, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) não concorda e reafirma que o Executivo está a ser inflexível.
Na carta o SIM afirma que "o momento que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] vive é de verdadeira emergência nacional".
"Percebemos que, com a crise política instalada, o Governo não se queira ou possa comprometer para além do OE2024, no entanto, os problemas do SNS continuam a agravar-se, independentemente das eleições agendadas, pelo que é vital chegar a um acordo responsável", defende o sindicato.
O sindicato garante que “esta cedência do SIM só pode ter uma resposta positiva por parte do Governo”.

A poucas semanas do Governo entrar em modo gestão, a FNAM considera que ainda há tempo para evitar que dezembro seja um mês ainda mais difícil nos hospitais públicos.
"Temos um Ministério que está em plenas funções, um ministro que é o mesmo, sabe muito bem quais são as soluções, portanto é fundamental que deixem esta intransigência, esta inflexibilidade", refere Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM.
Para além da atualização salarial, os sindicatos querem a reposição das 35 horas semanas, mais férias e o regresso às 12 horas de urgências, em vez das atuais 18 horas.
Os sindicatos representativos dos médicos e o ministro da Saúde voltam a reunir-se esta quinta-feira às 16:00, após ter sido cancelada a ronda negocial de 8 de novembro, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
A última reunião, em 4 de novembro, entre a tutela e as organizações sindicais terminou sem acordo.
O adiamento de 15 dias surgiu depois de António Costa ter anunciado a demissão, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre os projetos de lítio e hidrogénio.