O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) diz que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) devia ter assinado o acordo com o Governo, mesmo em protesto. A FNAM, por sua vez, reafirma que não pode assinar um acordo que considera “mau” e que os aumentos até 15% são para aplicar a todos os médicos, e não apenas aos filiados no SIM.
Joana Bordalo e Sá, líder da Federação Nacional, explica que a FNAM nunca iria assinar "um mau acordo" para os médicos e "para o Serviço Nacional de Saúde".
" [O SNS] Não vai conseguir fixar médicos, numa altura em que são tão precisos. Porque, de facto, os serviços de urgência continuam encerrados de Norte a Sul do país", sublinha.
A dirigente sindical considera ainda que "está a ser gerado muito ruído sobre um não-assunto" de forma a desviar o foco "do mau acordo" para os médicos.
"Não é o ideal”
Em contraponto, Jorge Roque da Cunha, apesar de frisar que não é "o ideal", acredita que o acordo alcançado é "razoável" e "vai mitigar a saída dos profissionais do SNS":
" [Os médicos] Saíam mais facilmente se tivessem 3% do que se tivessem 15%".
Devido às eleições legislativas – marcadas para dia 10 de março -, o líder sindical acredita que o "problema" dos salários só será minorado em setembro do próximo e, antes de dizer que o futuro Executivo "não vai resolver" esta questão, critica o atual Governo:
"A incompetência e a incapacidade deste Governo, acumulado ao nível dos oito anos de falta de investimento, resultou, não só agora, neste caos das urgências".
Acordo alcançado na terça-feira
O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira que alcançou um acordo intercalar com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) para um aumento dos salários no próximo ano.
O aumento salarial vai aplicar-se a todos os médicos, privilegiando as remunerações mais baixas.