Pelo menos 30 dos 70 pacientes que passaram a noite nos corredores das urgências do hospital de São José, em Lisboa, à espera de uma cama para internamento já foram alocados num serviço. Os restantes 40 utentes ainda aguardam. Segundo o Sindicato Independente dos Médicos, a situação é idêntica noutras unidades.
Durante a noite, a entrada do hospital de São José denunciava a dificuldade no interior. As ambulâncias aguardavam para deixar os doentes. A pressão tem aumentando nos hospitais de referência da zona de Lisboa devido aos constrangimentos em várias urgências provocado pela protesto dos médicos contra a realização de mais de 150 horas extraordinárias por ano.
O hospital conseguiu organizar alguns serviços, reduzindo o número de pacientes à espera de cama para internamento: 30 dos 70 pacientes já foram distribuídos pelos serviços, estando os restante 40 utentes no serviço de observação das urgências.
A situação verificada esta terça-feira no hospital de São José está mais calma do que no fim de semana. O domingo terá sido o dia mais complicado para este estabelecimento hospitalar, com pacientes a esperar mais de 24 horas para serem atendidos.
Os fins de semana – principalmente o passado, que foi prolongado – têm sido complicados para os hospitais de referência na região da Grande Lisboa, que, devido ao fecho de várias urgências, têm recebido mais doentes. A situação deverá começar a normalizar nos próximos dias.
Uma das principais razões para não existirem camas disponíveis é o elevado número de doentes que, apesar de já terem tido alta, continuam internados por falta de resposta social ou de vaga em unidades de cuidados continuados. O hospital de São José está a tentar acelerar os processos.
Também as urgências dos hospitais Beatriz Ângelo e Fernando da Fonseca estiveram sobrelotadas na noite desta segunda-feira. A Ordem dos Médicos fala num impacto semelhante ao da pandemia.