A coordenadora da Comissão Técnica Independente para o novo aeroporto diz que foi pressionada a adiar a entrega do relatório até à tomada de posse do próximo governo.
Numa entrevista, Maria do Rosário Partidário disse que o Estado está nas mãos da ANA para a construção do novo aeroporto porque o contrato de concessão dá pouca margem para negociar.
O relatório recomenda o Campo de Tiro de Alcochete como solução final para o novo aeroporto com a Portela em funcionamento numa primeira fase.
Relatório e opção já criticados pela ANA. A empresa que gere os aeroportos nacionais preferia a opção Montijo.
A coordenadora da Comissão Técnica Independente defende que é necessária uma renegociação do contrato de concessão e diz que o Estado está neste momento nas mãos da ANA.
Em entrevista ao Observador, Maria do Rosário Partidário diz que a solução Montijo não é viável a longo prazo.
Durante o ano em que esteve à frente da comissão técnica, Maria do Rosário Partidário admite que sofreu várias pressões. A mais recente foi antes da entrega do relatório.
Defende que a terceira travessia do Tejo é fundamental para Lisboa, com ou sem novo aeroporto, e diz que pode até ser exclusivamente ferroviária.
A coordenadora garante que a comissão técnica estudou de forma profunda todas as opções e que o fez até abaixo do orçamento que estava previsto.
Lembra que agora a decisão está nas mãos do próximo governo e acredita que os principais entraves à construção do novo aeroporto não são políticos nem ambientais. São jurídicos, precisamente devido ao contrato com a ANA.