O caso das gémeas tratadas no Santa Maria começou a ser investigado pelo MP há mais de um mês. O comentador da SIC Paulo Baldaia considera “inadmissível que demore tanto tempo para perceber os contornos principais deste caso, que prejudica politicamente o Presidente da República, portanto, é uma razão acrescida para que tudo já estivesse esclarecido”.
“O filho do Presidente tinha a obrigação de já ter vindo esclarecer qual foi o seu papel neste caso, depois de o caso ter saído do Palácio de Belém”
Segundo Paulo Baldai, “isso o Presidente da República já explicou o que é que aconteceu entre o momento em que chegou o mail a Belém e o e o momento em que sai a carta para para o gabinete do Primeiro-Ministro. Já se percebeu que aconteceu no Palácio de Belém, mas falta perceber o que é que aconteceu depois disso e presume-se que tenha havido, de facto, por parte de Nuno Rebelo de Sousa uma atividade muito grande para que este caso fosse célere”.
“Até para defesa do próprio Presidente da República, há muito tempo que quer Nuno Rebelo de Sousa quer Lacerda Sales já deviam ter explicado este caso”.
A Iniciativa Liberal quer mais explicações e quer ouvir o filho do Presidente no Parlamento. O PS travou os pedidos de audição dos antigos governantes Marta Temido e Lacerda Sales
“Não se percebe o comportamento do Partido Socialista", diz Paulo Baldaia referindo que o PS votou contra a audição da ex-Ministra e do ex-Secretário de Estado da Saúde e propôs que fosse ouvido o atual Ministro da Saúde, "que entretanto se fez declarações dizendo que não tem nada para dizer e que se tivesse para dizer não podia dizer, porque iria interferir nas investigações que estão em curso”.
"Ora o PS tem que se entender consigo próprio, porque não pode dizer, por um lado, que a pessoa certa para ir esclarecer é o atual Ministro da Saúde e não a anterior equipa do Ministério e depois ter o próprio Ministro da Saúde a dizer que não tem nada para para esclarecer. Isto só se só se justifica se o PS tiver interesse, em que o caso não se esclareça”.
PS escolhe o novo Secretário-Geral
A sondagem para a SIC e para o Expresso mostra que o resultado está em aberto e que ainda há muitos indecisos. Paulo Baldaia explica quem são estes indecisos.
A grande maioria, 3 em cada 4 destas pessoas que se dizem indecisas na sondagem votaram em 2022, portanto na última eleição. E isto é importante, significa que não são abstencionistas, são pessoas que votam e, além de serem pessoas ativas nas eleições, são também pessoas que, quando se pergunta para numa escala de 0 a 10 e entre esquerda e direita como é que se situam, a média da da destes indecisos aponta para 4,9, ou seja, ligeiramente à esquerda
“Significa que este eleitorado é o centrão, que tanto vota à direita como à esquerda, nos partidos mais de de alternância, como o PS e o PSD (…) é a terceira força nesta sondagem, 17% de eleitores que estão indecisos e vão naturalmente dar a vitória ao PS ou ao PSD".
Paulo Baldaia diz ainda que “ao contrário do que era expectável, a maioria ainda pode ser de esquerda, embora a expectativa maior é que a maioria parlamentar passe para a direita”.
"O que esta sondagem revela é que ainda há uma possibilidade da maioria de manter a esquerda".