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Pedro Nuno Santos rejeita necessidade de atacar outros candidatos à liderança do PS

O ex-ministro e deputado diz que tem "muito respeito" por José Luís Carneiro e Daniel Adrião, que disputam consigo a liderança do PS, e expressa a sua vontade de trabalhar com os dois após as diretas.

Pedro Nuno Santos rejeita necessidade de atacar outros candidatos à liderança do PS
JOÃO RELVAS

O candidato a secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos rejeitou, esta segunda-feira, e a necessidade de atacar os seus adversários na corrida à liderança socialista como forma de se distinguir, insistindo que o foco está no "combate à direita".

Num encontro com mulheres socialistas, na sede do PS, em Lisboa, Pedro Nuno Santos começou por dizer que a campanha para as diretas de dia 15 e 16 é interna, mas o seu foco "tem sido e continuará a ser o combate à direita e a defesa do país".

"Esse é sempre o nosso objetivo e nós não precisamos, para nos distinguirmos dos nossos camaradas que também são candidatos a secretário-geral do Partido Socialista, não precisamos de os atacar para mostrarmos a forma diferente com que nós temos que estar na política", defendeu.

O ex-ministro e deputado Pedro Nuno Santos continuou, dizendo que tem "muito respeito" por José Luís Carneiro e Daniel Adrião, que disputam consigo a liderança do PS, e expressou a sua vontade de trabalhar com os dois após as diretas.

"Quando falamos do país, do país que queremos ter, quando falamos do combate e da forma como vemos o combate à direita, obviamente estamos também a defender uma forma de estar na vida política e isso é mais do que suficiente, aliás, é por aí que temos que nos distinguir internamente e não no combate direto aos meus camaradas", sublinhou.

Pedro Nuno Santos diz que “é preciso decidir já” sobre novo aeroporto

Numa intervenção de cerca de vinte minutos, Pedro Nuno Santos disse ainda que, em Portugal, muitas vezes "vai-se arrastando os pés", dando como exemplo a construção do novo aeroporto de Lisboa.

"Há sempre uma boa razão para fazermos mais um estudo, mais uma comissão, mais um grupo de trabalho, mas verdadeiramente o que precisamos é de decidir já. E é isso que nos vai distinguindo também da direita ao longo do tempo", considerou.

Para Pedro Nuno Santos, o caso do aeroporto "é paradigmático disto": "são 50 anos para decidir o aeroporto e depois de um relatório de uma comissão técnica independente aquilo que o PSD tem para nos dizer é que vai organizar mais um grupo de trabalho", criticou.

O dirigente socialista lamentou que o país deixe "sistematicamente decisões para depois" e vá "adiando sonhos", entre os quais, "o sonho de viver num país onde há igualdade de género", disse, perante uma plateia maioritariamente composta por mulheres.

Ainda durante esta intervenção, o adversário José Luís Carneiro estava também na sede do partido, numa outra sala, onde minutos depois falou aos jornalistas para apresentar medidas para a habitação