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Pedro Nuno não considera "normal" Galamba ter estado quatro anos sob escuta

O candidato a secretário-geral do PS afirma que é necessário uma "boa justificação" para que as escutas se tenham prolongado "durante tanto tempo". Pedro Nuno defende que António Costa pode continuar na vida política e afirma que terá o apoio do PS.

Pedro Nuno não considera "normal" Galamba ter estado quatro anos sob escuta
TOMAS ALMEIDA

Pedro Nuno Santos não acha "normal" que João Galamba tenha estado sob escuta telefónica durante quatro anos. O candidato à liderança do PS defende que deve haver uma "boa justificação” do Ministério Público.

“Foram quatro anos e oitenta e duas mil interceções de comunicações. É importante que haja uma boa justificação para se terem prolongado durante tanto tempo escutas a um cidadão que, neste caso, assumia funções governativas”, disse Pedro Nuno Santos, em entrevista ao Diário de Notícias .

Quando questionado se considera que António Costa se precipitou ao apresentar a demissão, o candidato à liderança do PS sublinhou tratar-se de uma “decisão individual.” Considera, no entanto, que o atual primeiro-ministro em gestão “possa vir a desempenhar cargos políticos, seja cá ou lá fora”.

“Depende da sua vontade e com certeza que terá o apoio do PS para aquilo que ele entender vir a exercer no futuro”, afirma Pedro Nuno.

O candidato a secretário-geral do PS analisou várias cenários pós-eleições: considera que o bloco central “não é bom para a democracia” e que uma replicação da geringonça permite “fazer coisas novas".

Pedro Nuno Santos voltou a defender a privatização da TAP, mas mantendo o Estado a maioria do capital: “A TAP não pode ficar sozinha no mercado global da aviação e que devemos abrir o capital da empresa a grupo de aviação.

Sobre o novo aeroporto, o antigo ministro das Infraestruturas defendeu a busca por um “consenso” que não precisa de “ser ao centro”, leia-se entre o PS e PSD. “O Governo tem que decidir, chegue a acordo ou não chegue a acordo”, remata.

Deixou ainda elogios à governação de António Costa, manifestando "orgulho nos resultados" alcançados durante os oito anos de Governo.