Pedro Nuno Santos não acha "normal" que João Galamba tenha estado sob escuta telefónica durante quatro anos. O candidato à liderança do PS defende que deve haver uma "boa justificação” do Ministério Público.
“Foram quatro anos e oitenta e duas mil interceções de comunicações. É importante que haja uma boa justificação para se terem prolongado durante tanto tempo escutas a um cidadão que, neste caso, assumia funções governativas”, disse Pedro Nuno Santos, em entrevista ao Diário de Notícias .
Quando questionado se considera que António Costa se precipitou ao apresentar a demissão, o candidato à liderança do PS sublinhou tratar-se de uma “decisão individual.” Considera, no entanto, que o atual primeiro-ministro em gestão “possa vir a desempenhar cargos políticos, seja cá ou lá fora”.
“Depende da sua vontade e com certeza que terá o apoio do PS para aquilo que ele entender vir a exercer no futuro”, afirma Pedro Nuno.
O candidato a secretário-geral do PS analisou várias cenários pós-eleições: considera que o bloco central “não é bom para a democracia” e que uma replicação da geringonça permite “fazer coisas novas".
Pedro Nuno Santos voltou a defender a privatização da TAP, mas mantendo o Estado a maioria do capital: “A TAP não pode ficar sozinha no mercado global da aviação e que devemos abrir o capital da empresa a grupo de aviação.”
Sobre o novo aeroporto, o antigo ministro das Infraestruturas defendeu a busca por um “consenso” que não precisa de “ser ao centro”, leia-se entre o PS e PSD. “O Governo tem que decidir, chegue a acordo ou não chegue a acordo”, remata.
Deixou ainda elogios à governação de António Costa, manifestando "orgulho nos resultados" alcançados durante os oito anos de Governo.