A fachada de uma loja da marca Zara, no Porto, foi pintada de vermelho por ativistas do Coletivo pela Libertação da Palestina. Este protesto contra a marca surge na sequência da polémica campanha que utilizava manequins envolvidos em sudários brancos – e que aparentavam os corpos dos cidadãos palestinos mortos em Gaza.
A campanha foi retirada depois de ativistas pró-palestina terem iniciado um boicote à marca. A Zara publicou nas redes sociais uma explicação, garantindo que se tratava de um “mal-entendido”, uma vez que a campanha tinha sido idealizada em junho e fotografada em setembro, ou seja, antes do início do conflito. A justificação dada não convenceu os ativistas.
“As ativistas deixaram claro, nas paredes da Zara, que esta campanha não é um mal-entendido e, muito menos, um acidente isolado, ao contrário do que a empresa anunciou. É, sim, o resultado de anos de declarações sionistas e ações que atentam contra a justiça e autodeterminação do povo palestiniano por parte de oficiais da Zara e da Inditex (grupo empresarial a que pertence)”, afirma o Coletivo pela Libertação da Palestina em comunicado.
O grupo de ativistas diz ainda que “é conhecido o apoio eleitoral oferecido por líderes desta holding a Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional israelita e figura central da extrema-direita sionista que se assume como racista, xenófobo, antipalestiniano e homofóbico”.
Exigem, por isso, que o grupo Inditex cancele “todas as relações comerciais com o estado sionista ou empresas israelitas”, defendem também “boicote, desinvestimento e sanções a todas as organizações cúmplices com a ocupação”. “Não assistiremos paradas ao genocídio”, rematam.
“Lucrar com o genocídio é ser cúmplice dele. Tentativas de exploração e apropriação capitalista do sofrimento do povo palestiniano não passarão impunes”, acrescentam, destacando outras marcas que estão a ser alvo de boicotes devido ao apoio a Israel, tais como a HP e a McDonalds.