O candidato à liderança do Partido Socialista lembrou, esta quarta-feira, em entrevista na Edição da Noite, os acordos realizados entre os Governos liderados por António Costa e o PSD, afirmando que nalgumas matérias o Executivo “não teve o apoio dos partidos à esquerda”.
“Conseguimos desbloquear a capacidade de resposta do Estado aos cidadãos e conseguimos também manter um ritmo de crescimento da economia com justiça social”, referiu, acrescentando que, para isso, o Governo contou uma vezes com ajuda dos partidos da esquerda e outras com apoio do PSD.
José Luís Carneiro focou-se, depois, nos sociais-democratas, recordando que o PSD participou no diálogo para o processo de descentralização e que é importante continuar a seguir a políticas das contas certas.
“O esforço de descentralização que foi desenvolvido no país, o maior processo de descentralização de que há memória e também o reforço dos poderes regionais não teve, no parlamento, o apoio dos partidos à nossa esquerda, portanto foi necessário um diálogo com, nomeadamente, o PSD para avançarmos com mudanças que têm uma natureza estratégica”, apontou.
Questionado sobre a possibilidade de integrar um Governo liderado pelo seu adversário Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro revelou que estará disposto a servir o PS. No entanto, admitiu que, “quando esses valores e princípios estiverem em causa”, limitar-se-á à “militância base".
Conta com António Costa para a campanha?
“Teria muita honra. Neste caso, todos os candidatos terão muito gosto em poder contar com António Costa em todos os momentos da vida do Partido Socialista”, começou por dizer, numa entrevista que contou com vários elogios ao ainda primeiro-ministro.
Relativamente às listas para o Parlamento Europeu, José Luís Carneiro disse que “teria muito gosto em contar com António Costa para as funções para as quais ele sentisse vontade de poder vir a desempenhar”.
“Muitos dos líderes europeus, quer na Alemanha, quer da França, que gostam de o consultar [a António Costa] e de ouvir a sua opinião sobre os temas e o futuro da Europa”, indicou.
Na entrevista, o candidato a secretário-geral do PS escusou-se de comentar a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de dissolver o Parlamento e o polémico caso das gémeas lusodescendentes, alegando que deve haver uma separação entre o poder político e o judicial.