À margem de um evento em Lisboa, o Presidente Marcelo comentou a polémica das gémeas, que continua a marcar a atualidade, mas também as eleições no Partido Socialista (PS), revelando até quem seria o seu candidato “preferido". E não, não é nem Pedro Nuno Santos, nem José Luís Carneiro.
"O Presidente da República tem de sê-lo com qualquer primeiro-ministro, mas o meu preferido, ah eu tenho, era o doutor António Costa. Por mim, ele ficava", declarou Marcelo, lembrando porém que foi o próprio António Costa quem decidiu sair e que a decisão do chefe de Estado “foi uma consequência e não uma causa”.
Mais, sublinhou Marcelo. Ainda recentemente António Costa disse que se fosse hoje tomaria a mesma decisão. "Ele é que me comunicou que se ia embora. Não fui eu que lhe disse: olhe, vá-se embora. Não, ele disse-me: Perante isto, em consciência, eu não posso ficar", prosseguiu Marcelo Rebelo de Sousa. “A decisão que eu tomei a seguir foi uma consequência e não uma causa da decisão dele”, reforçou.
Sobre uma possível candidatura de António Costa a Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu: "Tem de perguntar ao doutor António Costa, ele é que tem de escolher o futuro, tendo vários possíveis futuros. Eu não, eu tenho de gerir este futuro imediato de cerca de dois anos".
"Estão-me a perguntar: e depois dos dois anos, ele seria um bom candidato presidencial? Eu digo: sim, se entretanto não estiver presidente do Conselho Europeu. Se estiver presidente do Conselho Europeu, não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo", completou.

Quanto à queda na sua popularidade, o chefe de Estado não está preocupado e lembra que “não faz política em função de sondagens. O Presidente é eleito para uma missão”.
Além disso, sustentou, “ao fim de oito anos [de mandato], a popularidade é a coisa mais volátil que há na vida”. Mesmo assim, prosseguiu, os portugueses “têm sido muito consistentes, se olhar para as sondagens, que valem o que valem, há um núcleo critico constante - de cerca de 35% - que manifestam desde sempre um juízo crítico em relação ao presidente, [mas] a pessoa não faz política em função de sondagens, o Presidente é eleito para uma missão".
Ao jornalistas, o chefe de Estado assinalou também o facto de em semanas, apenas, ter tido de aceitar a demissão de um primeiro-ministro, “repentina para todos nós”, a dissolução da Assembleia da República e do Parlamento nos Açores", e “o desgaste que isso tem". Ainda assim, destacou, conta “com o apoio de 50% dos portugueses, é miraculoso”.
E o caso das gémeas, senhor Presidente?

Já sobre o caso das gémeas, Marcelo reiterou que se limitou-me “a ler documentos internos com a posição da Casa Civil” e que não tem de “esclarecer nada” com o filho, Nuno Rebelo de Sousa. Ainda assim, insiste que se for detetada alguma ilegalidade, a justiça tem de trabalhar
Agora, é preciso, concluiu, esperar pelas conclusões da investigação ao caso.
Com LUSA