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"Cálculos" de Passos Coelho: Governo PSD, "se precisar, tem de ter apoio do Chega"

Ricardo Costa analisa os comentários de Pedro Passos Coelho e as "dicas" que enviou à liderança social-democrata, que tem desenhado uma "linha vermelha" num acordo com Chega, caso venha a precisar.

Luís Montenegro
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Em análise à atualidade política, Ricardo Costa esclarece que as declarações de Pedro Passos Coelho foram “duras”. Esta terça-feira, o ex-líder do Partido Social Democrata criticou a governação socialista e emitiu avisos para a liderança do PSD, nomeadamente Luís Montenegro.

Ricardo Costa analisa as declarações de Pedro Passos Coelho esta terça-feira e reforça que o ex-líder expressou que era preciso um governo com força e autoridade moral. Dessa forma, para Ricardo Costa, estas afirmações abrem caminho para dizer que o PSD tem de ter uma solução maioritária e “tem de ser um governo com força e com apoio partidário”.

"Um Governo que não seja maioritário não tem força. Isto é contrário à campanha do PSD, que coloca linha vermelha com o Chega. Os cálculos de Pedro Passos Coelho são claros. O Governo terá de ter uma base parlamentar de apoio mais forte", diz Ricardo Costa.

De acordo com a sua análise, olhando para o centro-esquerda, “o PS é o partido dominante do hemisfério esquerdo”, por isso é que existe possibilidade do Partido Socialista ganhar eleições, mas também pode ganhar e não ter deputados suficientes.

Para Ricardo Costa isto coloca dois problemas ao PSD:

"Ganhar e mesmo assim ver como governa, perder mas mesmo assim governar por haver uma maioria. A questão que Pedro Passos Coelho clarifica e explica é que o PSD tem de começar a fazer um caminho à luz do anterior líder, que caminhe para uma maioria liderada por si, mas que tenha força e autoridade moral. Leia-se um Governo que, se precisar, tem de ter apoio do Chega", conclui.

O antigo governante apelou a um resultado eleitoral que permita criar um governo “que tenha força, que é como quem diz que tenha autoridade moral para conduzir uma política diferente”. Já sobre um cenário pós-eleitoral que envolva uma coligação entre o PSD e o Chega para viabilizar um Executivo, Passos Coelho escusou-se a dar uma resposta.