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CTT: partidos reagem às justificações de Pedro Nuno Santos

O ex-ministro Pedro Nuno Santos prestou esclarecimentos sobre a compra de ações dos CTT, o que motivou, mais uma vez à reação (crítica) dos restantes partidos políticos.

CTT: partidos reagem às justificações de Pedro Nuno Santos
MIGUEL A. LOPES

Após a intervenção de Pedro Nuno Santos a justificar a aquisição de participação nos CTT em 2021, em que assumiu que sabia do negócio e concordava com ele, os partidos políticos reagiram às suas declarações. A Iniciativa Liberal voltou a criticar o secretário-geral do PS pelas suas contradições e por estar “nas mãos” do Bloco de Esquerda e PCP.

Rui Rocha foi o primeiro líder dos partidos atuais da Assembleia da Republica a responder às declarações de Pedro Nuno Santos sobre a compra de participação dos CTT em 2021, quando era ministro das Infraestruturas.

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O liberal acusou o agora secretário-geral do Partido Socialista de contradições e de estar nas mãos do Bloco de Esquerda e PCP.

“Ontem, confrontado com esta situação. a primeira reação é tentar descartar-se da questão, obviamente que há um conjunto de pressões feitas porque não podia ficar sem esclarecer os portugueses, e hoje vem dizer que quis esperar pelo Governo, mas é contraditório porque não esperou pelo Governo, assistimos a uma intervenção de Pedro Nuno Santos antes de António Costa, é uma explicação desastrada”, disse.

Mais. Rui Rocha esclareceu que o país ficou a saber que Pedro Nuno Santos considera que “Não houve nenhuma negociação nesta aquisição com o PCP e o Bloco porque nem foi preciso”.

“O que Pedro Nuno Santos veio dizer é que sabiam o que o PCP e BE queriam na altura e, portanto, atuaram de forma a ir ao encontro do que os partidos podiam esperar para apoiar o PS”, interpretou o líder liberal.

Desta forma, Rui Rocha afirmou que PCP e BE nem precisam de negociar para que Pedro Nuno Santos “caso venha a ser primeiro-ministro” faça aquilo que os dois partidos à esquerda desejam “sem ser necessário negociação”.

“Temos um secretário-geral do PS nas mãos do BE e do PCP”, conclui.

Chega: PS fez “jogada de charme” com PCP e BE

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Também André Ventura criticou as explicações de Pedro Nuno Santos e disse que as suas declarações evidenciaram que houve um negócio escondido com os partidos de esquerda e o Governo, tal como demonstrou a inaptidão do secretário-geral do PS para ser primeiro-ministro.

“Era o Governo que tinha de dar explicações. [Pedro Nuno Santos] não sabia da operação, mas sabia do negócio, é o que retiro das suas palavras e António Costa assumiu que foi uma coisa pensada e discutida e que tinha um objetivo económico: não inflacionar valores. Isto é um primeiro-ministro a assumir que decidiu esconder um negócio por razões de natureza económica. Nós podemos concluir que houve manobra de António Costa e Pedro Nuno Santos para esconder esta realidade e isto é muito grave”, descreveu o líder do Chega.

Para André Ventura o objetivo deste negócio “escondido” era não dizer às pessoas porque se estava a fazer um “negócio tão absurdo”, dado que o “Governo queria que o Bloco de Esquerda e o PCP estivessem aptos a abster-se no Orçamento do Estado”.

“Uma coisa era fazer controlo público dos CTT, mas não havia dinheiro e o Governo sabia que a opinião publica estaria contra maioritariamente, fizeram uma jogada de charme dizendo aos partidos de esquerda que estavam no caminho que prometeram e esconderam ao país para evitar que se soubesse e o resultado é esta operação”, pressupôs.

O líder do Chega também conclui que “se Pedro Nuno Santos não estava a par desta operação só mostra como este homem está impreparado para ser primeiro-ministro”.

Por fim, André Ventura revelou que o Chega já deu entrada para chamar e ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças o ex-ministro João Leão, Pedro Nuno Santos, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa.