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Gripe: "O pico das infeções, se não foi atingido, estará para breve"

Tiago Correia sublinha que o aumento do número de casos de gripe é um reflexo da "falta de planeamento que mais uma vez nos afetou este inverno, que isso deve ser alvo de reflexão" e que é "impossível dizer que já passou o problema", mesmo que o pico das infeções já tenha sido atingido.

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A Liga dos Bombeiros vai reunir-se esta terça-feira com a Direção Executiva do SNS para discutir a intenção dos bombeiros cobrarem uma sobretaxa aos hospitais pela retenção das macas. Para Tiago Correia, esta é uma forma de “pressão política legítima”.

A medida prevista pela Liga dos Bombeiros visa a cobrança de 50 euros nas primeiras duas horas de espera, um valor que duplica nas horas seguintes. A decisão só recuará se a Direção Executiva do SNS apresentar uma solução.

“É uma forma de pressão política legítima porque aquilo que nós percebemos é que os bombeiros acabam por ficar prejudicados na execução do seu serviço, em virtude de terem as suas macas retidas no interior dos hospitais, porque no interior dos hospitais, nos serviços de urgência, os doentes têm que ficar nessas marcas por haver falta de camas para tanta afluência de doentes”, começa por referir Tiago Correia.

O comentador da SIC lembra que “o que está aqui em causa é um outro problema que também conhecemos no interior dos hospitais, que tem a ver com o facto de haver uma ocupação de doentes que têm uma alta clínica e que ficam nos hospitais porque não há forma de colocar esses doentes noutras estruturas, nomeadamente de um apoio de cuidados continuados ou de apoios sociais”.

Quando ao número elevado e grave de casos de gripe este inverno, que têm estado a entupir os hospitais, o ministro da Saúde diz que a situação nas urgências está a melhorar e que há sinais de que se está mesmo a chegar ao pico de infeções-


“O pico das infeções, se não foi atingido, estará para breve. Agora eu não não consigo olhar para esta situação uma vez mais numa lógica de dizer, já passou o problema, já não existe. Penso que houve aqui aspetos de falta de planeamento que mais uma vez nos afetou este inverno e que isso deve ser alvo de reflexão", realça Tiago Correia.

Sobre o retomar das máscaras nos hospitais e nos centros de saúde, à semelhança do que está a acontecer em Espanha, o professor de Saúde Internacional recorda:

"A obrigatoriedade de máscaras ou qualquer outra medida de restrição, que constrange as liberdades individuais, tem de estar devidamente enquadrada na lei.

Voltamos a fazer esta discussão em cima do joelho, tem que se definir uma lei de saúde pública que nos defina critérios, linhas vermelhas, falámos nas linhas vermelhas durante a pandemia, a partir das quais nós sabemos que há uma preocupação para a proteção, é preciso, de facto, linhas orientadoras mais claras", apela o comentador da SIC.