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Ex-comandante da Proteção Civil suspeito de encher piscina com meios dos bombeiros

Os factos reportam-se ao período entre 2015 e 2019, quando José Tomás Valente terá ordenado, em diferentes ocasiões, que os bombeiros usassem um veículo tanque para descarregar água em eventos de um clube de motos em Faro.

Ex-comandante da Proteção Civil suspeito de encher piscina com meios dos bombeiros
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O antigo comandante operacional da Proteção Civil Municipal de Faro começou esta sexta-feira a ser julgado por suspeitas de ter usado meios dos Bombeiros Sapadores para abastecer uma piscina insuflável num clube de motos a que presidia.

Os factos reportam-se ao período entre 2015 e 2019, quando José Tomás Valente presidia ao Moto Malta e terá ordenado, em diferentes ocasiões, que bombeiros usassem um veículo tanque para descarregar água em eventos do clube ou nas suas instalações.

Na primeira sessão do julgamento, no Tribunal de Faro, o antigo comandante negou ter atuado sem autorização, referindo que havia uma reunião com o município em que se acertava o apoio logístico anual prestado pela autarquia para eventos e outros.

"Nunca tive a perceção de que estivesse a fazer algo de prejudicial", declarou o arguido em tribunal, acrescentando que, no seu entendimento, não estava a atuar contra a lei, já que nem sempre os pedidos dependiam de autorização por escrito.

De acordo com a acusação, José Tomás Valente terá aproveitado as suas funções e a disponibilidade de viaturas e de água da rede do quartel para abastecer uma piscina insuflável que era usada em eventos do clube Moto Malta.

O arguido referiu que este processo teve um "impacto profundo" na sua vida, pois de repente sentiu-se como "um criminoso", sendo que a filha mais nova teve de receber apoio psicológico por achar que o pai ia ser preso.

A investigação surgiu na sequência de uma queixa-crime apresentada por uma subchefe de 1ª classe nos Bombeiros Sapadores de Faro.

José Tomás Valente foi nomeado em 2015 comandante operacional municipal da Proteção Civil de Faro pelo presidente da Câmara ainda em funções, Rogério Bacalhau.

Viria a abandonar o cargo após a queixa, por mútuo acordo com o presidente do município, e por sentir que não tinha condições para continuar, referiu ainda em tribunal.