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Falta de médicos (em horário noturno) põe em risco urgência em Águeda

Diretor do serviço de Urgência da ULS de Aveiro refere a entrada de médicos nas especialidades e consequente perda de médicos nas escalas, e ainda a falta de remuneração justa como falhas na aproximação de novos profissionais de saúde.

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Desde o início do mês, a Urgência Básica do Hospital de Águeda, no distrito de Aveiro, já encerrou seis vezes, cinco delas no turno da noite. Tem sido difícil contratar médicos prestadores de serviço para assegurar esses horários, e a população e a autarquia temem que o serviço possa vir a fechar definitivamente.

Os fechos da urgência já não estão relacionados com o protesto dos médicos contra as mais de 150 horas extra, mas sim com a dificuldade da Unidade Local de Saúde da região de Aveiro em contratar médicos prestadores de serviços externos.

“Há uma depauperação dos colegas que deixaram de fazer escalas porque entraram em especialidades. Outros porque nós fomos englobados na ULS da região de Aveiro, e a prestação em termos de remuneração não pode ser a mesma que era até ao final do ano passado e, portanto, é mesmo atrativa para novos médicos”, afirma o diretor do serviço de Urgência da ULS de Aveiro, Francisco Rosmaninho.

Entre o dia 1 e o dia 11 de janeiro, o Hospital de Águeda esteve cinco noites e um dia sem urgência básica, tendo os encerramentos que preocupam a população já sido iniciados em outubro.

“Não houve capacidade ainda de conseguirmos medidas para atrair os médicos a ficarem e permanecerem no SNS. E quando essa situação de base não estiver resolvida vai ser muito difícil de conseguirmos os recursos humanos necessários”, defende a dirigente do Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC), Vitória Martins.

Obras de dois milhões de euros

No ano passado, o edifício da urgência foi alvo de obras, num investimento de dois milhões de euros pela autarquia, mas estas ainda não estão concluídas.

Sempre que esta se encontra fechada, a alternativa pública é apenas a urgência do Hospital de Aveiro, que tem estado sobrecarregado.

A autarquia de Águeda e os utentes esperam que este não seja um aviso para um eventual fecho definitivo da unidade hospitalar.