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Convenção AD: José Eduardo Martins realça importância de evitar "reconfiguração do espaço político"

Para o antigo governante, a vitória da AD será a única forma de "acabar com a angústia" dos pais que sentem que não conseguem hoje deixar aos seus filhos o que os pais lhes deixaram.

José Eduardo Martins em 2016
José Eduardo Martins em 2016

O antigo secretário de Estado José Eduardo Martins avisou este domingo que nas próximas legislativas a AD terá de evitar a reconfiguração do espaço político, com o ressentimento a substituir a inércia, acusando PS e Chega de serem partidos parceiros.

Numa intervenção muito aplaudida na convenção da Alternativa Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM nas legislativas de 10 de março), o advogado e antigo deputado e secretário de Estado do Ambiente dramatizou o momento político atual.

"É este o momento histórico para o qual a AD é convocada: evitar a reconfiguração do espaço político em que a maldade, a inércia e a apatia do PS façam da alternativa apenas o ressentimento", avisou, considerando que a alternativa é "a esperança da AD".

Para o antigo governante, "quando não há propósito a não ser agradar aos que votam mais, não sobra nada de aspiracional, sobra gritaria" e o "avulso dos casos".

"Se havia alguma coisa como o Chega à procura da homeopatia simétrica das ideias curtas, teve no PS o partido de eleição para fazer parceiro", considerou.

Eduardo Martins atacou igualmente uma eventual coligação do PS com os partidos à sua esquerda.

"Não precisamos de gastar um segundo a justificar porque a AD está aqui: o nosso povo todo percebe que esta é a coligação política mais natural dos últimos 50 anos da democracia. O que francamente é anacrónico e inaceitável, é a aliança entre o PS, que nos ajudou a definir a liberdade, com os herdeiros da União Soviética. Isso é que é um atraso, isso é que envergonha", criticou.

Para o antigo governante, a vitória da AD será a única forma de "acabar com a angústia" dos pais que sentem que não conseguem hoje deixar aos seus filhos o que os pais lhes deixaram.

"Nos demos o sossego por garantido e hoje vivemos em angústia, é por isso que a AD tem de sair à frente", apelou, comparando o que fizeram os governos de Cavaco Silva no final do século XX e os executivos do PS que se lhe seguiram.

Para o antigo deputado, "o PS substituiu o elevador social, que era a escola pública, pela emigração e quem hoje quer mudar de vida tem de sair daqui para fora".

Pela convenção "Por Portugal", que decorre no Centro de Congressos do Estoril, passarão durante o dia mais de 20 oradores, entre eles vários cabeças de lista da AD.Liliana Reis, que será número um por Castelo Branco, diz ter aceitado o desafio por considerar que "as democracias liberais estão sob ataque".

"Só o PS é capaz de fazer pior do que o próprio PS, não podemos transformar a nossa democracia numa dinastia de um partido político em Portugal", apelou.

Humberto Lopes São João, secretário regional do Mar e e das Pescas do Governo Regional dos Açores, foi o único representante do PPM na convenção, onde também falou um antigo militante da IL Paulo Carmona, atual presidente do fórum dos administradores e gestores de empresa, num discurso centrado na crítica à política fiscal.