José Gomes Ferreira afirma que, nesta pré-campanha eleitoral, os partidos estão todos numa espécie de “leilão de propostas” para “dar quase tudo a quase todos”, algo que considera ser característico tanto da direita como da esquerda. No entanto, aponta diferenças à AD.
“O que notei de diferença na AD é que apresentaram preocupação de criar riqueza primeiro para depois distribuir”, defende.
Sobre estas promessas para distribuir, diz que são “muitas e variadas”, mas destaca duas, as que considera mais difíceis de concretizar: o aumento do Complemento Solidário para Idosos para os 820 euros e o IRS Jovem.
“Há um problema que os especialistas que estão a assessorar a AD ainda não perceberam”, diz José Gomes Ferreira.
É que o PSD promete que os jovens até aos 35 anos terão uma taxa real de 15%, mas José Gomes Ferreira apresenta um cenário e deixa uma questão:
Imagine uma situação de dois titulares, com 36 anos, com um rendimento ao nível do sétimo escalão. Este escalão está sujeito a uma taxa marginal de 25% e a uma taxa média de 30%. Significa, então, que um casal com 36 anos vai pagar 30% sobre o seu rendimento e alguém com 35 anos vai pagar 15%?, questiona José Gomes Ferreira.
“Isto traz problemas sérios”, acrescenta.
Paulo Baldaia afirma que esta alternativa apresentada pela AD “é um problema para a Iniciativa Liberal”, já que está muito centrada na redução de impostos, “que é a grande bandeira da IL”, lembra.
“As propostas do PSD dizem que o partido quer reduzir os impostos e pôr os privados a fazer muitas das coisas que os serviços públicos fazem. A perceção que passa da AD é que quer baixar os impostos, é isso que conta”, conclui.