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Caso dos e-mails do Benfica: tribunal agrava penas de Francisco J. Marques e Diogo Faria

O Tribunal da Relação de Lisboa agravou para dois anos e seis meses de prisão, com pena suspensa, a condenação de Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, no caso da divulgação dos emails do Benfica.

Francisco J. Marques
Francisco J. Marques
Lusa

O Tribunal da Relação de Lisboa agravou as penas de Francisco J. Marques e Diogo Faria no âmbito do célebre caso dos e-mails do Benfica.

A pena aplicada ao diretor de comunicação do FC Porto passa de 1 ano e 10 meses de pena suspensa para dois anos, enquanto a do diretor de conteúdos dos “dragões” passa de nove meses para 1 ano e cinco meses. Francisco J. Marques e Diogo Faria tinham sido inicialmente condenados em julho de 2023.

No acórdão a que a SIC teve acesso pode ler-se que “o arguido Francisco” mostrou-se “insensível aos prejuízos que causava aos visados e indiferente aos valores que devem reger a conduta dos cidadãos”.

O acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa diz ainda que “os factos provados traduzem uma verdadeira campanha do arguido Francisco no sentido de denegrir publicamente a imagem do Benfica, que ele levou a cabo de forma persistente, movido não só por um intuito de informar mas também pela rivalidade clubística com o Sport Lisboa e Benfica”.

"Desta forma, acompanhamos o Tribunal Coletivo no entendimento de que a pena de multa não apresenta claramente potencialidades para realizar, de forma adequada e suficiente, as finalidades da punição, impondo-se a aplicação de uma pena que tenha nele um efeito mais incisivo e que, por isso, permita uma efetiva interiorização do desvalor da sua conduta", pode ler-se.

A defesa do Benfica, composta pelos advogados João Medeiros, Paulo Saragoça da Matta e Rui Patrício, mostrou-se satisfeita com o agravamento da pena, argumentando que “não vale nem pode valer tudo”.

“A improcedência do recurso dos arguidos e a procedência do nosso, com o consequente agravamento da condenação dos arguidos, reforça a satisfação que a sentença da primeira instância já nos dera, reafirmando -se agora que não vale e não pode valer tudo”, reagiram os advogados.

O caso da divulgação dos emails remonta a 2017 e 2018, com comunicações entre elementos ligados à estrutura de Benfica e terceiros a serem reveladas no programa Universo Porto - da bancada, do Porto Canal, e começou a ser julgado há cerca de seis meses, em setembro de 2022.