A coligação PSD/CDS/PPM venceu as eleições nos Açores, mas sem maioria absoluta. José Manuel Bolieiro, líder da coligação, está disposto a governar com maioria relativa. Não rejeita o Chega e não exclui dialogar com o PS, que ficou em segundo lugar.
Noite de festa laranja nos Açores, mas, mesmo assim, uma vitória com sabor agridoce. José Manuel Bolieiro ganhou, mas sem maioria e agora? O próprio admite que uma derrota “nunca é uma minoria” e que irá governar com “maioria relativa”.
Fecha-se a janela para o Chega, mas abre-se uma porta para o PS. Questionado sobre se admite chegar a um entendimento com os socialistas, o candidato do PSD-Açores garante que exclui essa possibilidade.
Vasco Cordeiro, presidente do Governo Regional entre 2008 e 2020, recandidatou-se e admitiu que ficou "aquém dos resultados eleitorais que havia fixado como objetivo para estas eleições", nada dizendo sobre o seu futuro ou uma possível viabilização de um governo da coligação.
PSD conseguiu 42% dos votos
A coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu as eleições, com 48.668 dos votos (42,08%), elegendo 26 deputados, segundo os resultados provisórios. O PS ficou em segundo lugar, com 41.538 votos (35,91%) e 23 deputados, e o Chega assumiu-se como terceira força política mais votada, com 10.626 votos (9,91%), que lhe valeram cinco mandatos.
O BE, com 2.936 votos (2,54%), IL com 2.482 votos (2,15%) e PAN, com 1.907 votos (1,65%) elegeram um deputado cada.
Sem representação parlamentar ficou a coligação PCP-PEV, que obteve 1.823 votos (1,58%), assim como o Livre, com 735 votos (0,64%), o JPP, com 625 votos (0,54%) e o ADN, com 381 votos (0,33%).
A coligação Alternativa 21 (MPT/Aliança), que viu todas as suas listas rejeitadas em tribunal, com exceção do círculo eleitoral de Santa Maria, conquistou apenas quatro votos.
A abstenção foi de 49,7%, menor que em 2020. Estas foram as primeiras eleições antecipadas na região provocadas pelo chumbo do Orçamento.
Com Lusa