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Diamante encontrado no gabinete de Pedro Calado avaliado em 50 mil euros

Uma perícia realizada pela Casa da Moeda contradiz o advogado do ex-autarca do Funchal que, na semana passada, afirmou que o diamante encontrado no gabinete de Pedro Calado tinha um valor "desprezível".

Notas de euro
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Uma perícia da Casa da Moeda avaliou o diamante encontrado no gabinete de Pedro Calado, durante as buscas na Madeira, em 50 mil euros. A defesa diz agora que vai pedir uma avaliação independente a um laboratório internacional.

Na semana passada, o advogado do ex-presidente da Câmara do Funchal dizia que este diamante era uma “amostra sintética de valor desprezível”, que tinha sido oferecida ao seu cliente durante uma visita a uma empresa na Zona Franca da Madeira.

“Foi encontrado de facto um diamante. Trata-se de um elemento de uma produção de diamantes sintéticos produzidos por uma empresa da Zona Franca da Madeira que foi visitada pelo meu constituinte e por Miguel Albuquerque. Foi-lhes oferecida uma amostra do produto em produção. Não se trata de um diamante genuíno, mas um diamante sintético. É um objeto de valor desprezível”, afirmou Sá e Cunha.

Agora, o relatório da perícia realizada pela Casa da Moeda vem esclarecer o valor do diamante: 50 mil euros. Mas Sá e Cunha não está convencido e, por isso, vai pedir uma perícia independente.

“Tenho todas as razões para supor, até este momento, que aquilo que disse quanto ao valor está correto. Não ignoro que há outros elementos que podem apontar para um valor superior. Percebo pouco de diamantes, mas posso dizer que não houve nenhum contraditório relativamente a esse ato.”

Uma das hipóteses em cima da mesa é que a entrega deste diamante a Pedro Calado possa ter sido feita com o objetivo de agradecer ou condicionar alegados interesses do grupo AFA.

Recorde-se que o Ministério Público suspeita que, durante anos, pelo menos duas empresas da região tenham sido beneficiadas com contratos públicos que valem mais de 200 milhões de euros e Pedro Calado terá sido uma peça-chave.

O ex-autarca terá exercido influência, enquanto número dois do Governo Regional, para "uma contratação abusiva das empresas do Grupo AFA".