As medidas de coação a aplicar aos detidos na investigação à corrupção na Madeira estão esta sexta-feira a ser discutidas. No entanto, a decisão do juiz pode não ser conhecida hoje e pode ser adiada para a próxima semana.
Em direto do Campus de Justiça, em Lisboa, o jornalista da SIC João Maldonado adianta que há uma "alta probabilidade" de as medidas de coação não serem conhecidas hoje e serem divulgadas apenas no sábado ou para a semana, na segunda ou na quarta. Isto porque ao domingo, o Tribunal "não tem trabalhado" e na terça há tolerância de ponto por causa do Carnaval.
A sessão desta sexta-feira começou por volta das 10:00 e às 13:00 ainda não tinha havido pausa para almoço, aponta João Maldonado, o que significa que a sessão decorre há três horas.
Entretanto, o Ministério Público pediu prisão preventiva para os três detidos. O anúncio foi feito pelo advogado Raul Soares da Veiga, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, onde decorreram as alegações do Ministério Público.
Só depois de cada um dos três advogados falar individualmente é que o juiz pode decidir as medidas a aplicar. No entanto, há "algumas pistas", diz o jornalista da SIC: na quinta-feira, os advogados pediram, em bloco, a libertação dos clientes e o juiz recusou essa libertação, o que pode indicar "de alguma maneira" medidas mais gravosas.
Em direto na SIC Notícias, João Maldonado assinala ainda que, apesar da greve dos funcionários judiciais às horas extraordinárias, esta sexta-feira, estes profissionais "estarão dispostos a ficar até às horas que for preciso".
Na quinta-feira, terminaram os interrogatórios aos três detidos - Custódio Correia, Avelino Faria e o ex-autarca do Funchal Pedro Calado - suspeitos de corrupção na Madeira.
Terminado o interrogatório, os três advogados pediram, em bloco, a libertação imediata dos arguidos que estão detidos. O pedido, que já tinha sido feito, voltou a ser recusado.
Além de Pedro Calado, estão também detidos desde 24 de janeiro o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.
No âmbito deste processo, o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), foi constituído arguido e acabou por renunciar ao cargo, o que levou à queda do executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN.