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Centenas juntam-se em Lisboa para homenagear Navalny

"Estamos cá para dar um abraço uns aos outros. Passámos um dia inteiro a chorar", diz uma das centenas de pessoas que se reuniram esta sexta-feira. Nalguns cartazes pode ler-se, em inglês, "Navalvy foi morto por Putin" e "Nós não vamos desistir".

Homenagem a Navalny em Lisboa
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Centenas de pessoas concentraram-se esta sexta-feira frente à embaixada russa em Lisboa para prestar homenagem a Alexei Navalny, que morreu esta sexta-feira, acendendo velas, deixando flores, escrevendo em cartazes frases do opositor do Kremlin, ou simplesmente chorando.

"Estamos cá para dar um abraço uns aos outros. Passamos um dia inteiro a chorar. Queremos mostrar [a nossa insatisfação] também às pessoas que trabalham na embaixada, porque ainda há pessoas que defendem este regime", afirmou uma das pessoas presente no local.

O silêncio é quebrado por vezes com palavras de ordem, em russo, como "A Rússia vai ser livre". Nalguns cartazes pode ler-se, em inglês, "Navalvy foi morto por Putin" e "Nós não vamos desistir".

"Como Alexei disse: 'se eu morrer, vocês não desistam'", recordou à Lusa a jovem Olesya, uma das dezenas de admiradores de Navalny concentrados frente à representação russa num silêncio pesaroso, nalguns casos chorando ou trocando abraços.

Navalny morreu aos 47 anos

Navalny morreu na prisão, onde cumpria uma pena de perto de 20 anos por atividades alegadamente extremistas. A causa de morte ainda não é conhecida.

A notícia foi avançada pelo Serviço Penitenciário Federal da região autónoma de Yamal-Nenets, onde Navalny cumpria uma pena de prisão de 19 anos. Foi também confirmada pelas agências de informação estatais.

"No dia 16 de fevereiro de 2024, na colónia prisional número 3, o prisioneiro Alexei Navalny sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência quase de imediato", avança o serviço prisional, traduzido pela Reuters.

Navalny tornou-se uma figura proeminente na política russa, desafiando abertamente o Governo de Vladimir Putin e tornando-se um dos principais rostos da oposição no país.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os serviços prisionais estão a investigar as causas da morte de Alexei Navalny.

Com LUSA